"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios

"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém [...]". (Carta do Apóstolo Paulo aos cristãos. Coríntios 6:12) Tudo posso, tudo quero, mas eu devo? Quero, mas não posso. Até posso, se burlar a regra; mas eu devo? Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, ética é o conjunto de valores e princípios que [todos] usamos para definir as três grandes questões da vida, que são: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero. Cortella complementa "Quando temos paz de espírito? Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009). Imagem Toscana, Itália.































domingo, 12 de maio de 2013

RELIGIÕES E FILOSOFIAS ORIENTAIS

Colégio Ser! Sorocaba
Atividade do A.P.E. trimestral - HISTÓRIA
6ºs anos (Machado de Assis e Maurício de Sousa)
Prof.ª Marilia C. C. Coltri


RELIGIÕES E FILOSOFIAS ORIENTAIS
 
 
BUDISMO
 
 
Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola
 
É uma religião e filosofia fundamentada nos ensinamentos de Buda, e tem aproximadamente 2.500 anos. Ela tenta condicionar a mente de maneira a levá-la à paz, sabedoria, alegria, serenidade e liberdade. O budismo tem por objetivo trabalhar o espiritual do homem, pois um espírito sadio significa um corpo saudável.
 
 
 
 
Quem foi Buda?
 
Siddharta Gautama, o Buda, nasceu no século VI a.C., em Kapilavastu, norte da Índia, que hoje corresponde ao Nepal. Ele era um príncipe que, logo após seu nascimento, foi levado pelos seus pais ao templo para ser apresentado aos sacerdotes. Lá surgiu um senhor sábio que havia dedicado sua vida toda à meditação longe da cidade; ele tomou o menino em suas mãos e profetizou "este menino será grande entre os grandes. Será um poderoso rei ou um mestre espiritual que ajudará a humanidade a se libertar de seus sofrimentos". Após essa profecia, os pais de Siddharta resolveram criar o filho superprotegido para que ele não optasse por estudos filosóficos como foi profetizado. Aos dezesseis anos, ele se casou com sua bela prima Yasodhara; desse relacionamento nasceu seu único filho, Rahula. Contudo, sempre se mostrou curioso com a vida fora dos portões do palácio, por fim, em um belo dia, decidiu descobrir o que havia do outro lado. Siddharta se chocou com a realidade de seu povo e, aos 29 anos, decidiu buscar uma solução para aquilo que afligia seu coração: o sofrimento humano. Abriu mão de sua família e foi em busca de uma resposta. Foi nesse caminho que ele se tornou Buda, o iluminado.
Fundou a doutrina budista, cujo principal conceito é de que as respostas do homem se encontram em seu interior.
 
 
 
HINDUÍSMO
 
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola
 
 


 
O hinduísmo é considerado uma filosofia de ordem religiosa que engloba tradições culturais, valores e crenças obtidas através de diferentes povos. Passando por constantes adaptações até chegar ao que se conhece hoje, o Hinduísmo foi dividido em fases para melhor apresentar sua história.
Na primeira fase, chamada de Hinduísmo Védico, cultuava-se deuses tribais como Dyaus (deus do céu, deus supremo) que gerou outros deuses. Na segunda fase, a partir de adaptações de outras religiões, surgiu o Hinduísmo Bramânico que cultuava a trindade composta por Brahma (divindade da alma universal), Vishnu (divindade preservadora) e Shiva (divindade destruidora).
Na terceira fase percebem-se diferentes adaptações influenciadas por religiões a partir do cristianismo, islamismo e outras. O Hinduísmo Híbrido surgiu então como a agregação de diversas influências.
 
 
 
 
 
Para os hindus:
- A trajetória que a alma terá é traçada de acordo com as ações praticadas aqui na Terra (lei do Carma);
- A libertação final da alma (moksha) determina o fim do ciclo da morte e do renascimento;
- Os rituais hindus devem ser feitos sempre tendo a meditação (darshan) e a oferenda aos deuses (puja);
- A alimentação deve ser vegetariana, pois considera-se a utilização da carne na alimentação como uma prática impura;
- As preces cantadas (mantras) devem ser dedicadas a todos os deuses;
- O OM (aum) é o mantra mais importante, pois representa Deus;
- Shiva representa o princípio masculino enquanto o princípio feminino é representado por suas esposas Parvati (mãe), Durga (deusa da beleza), Kali (senhora da destruição) e Lakshmi (senhora da arte e da criatividade). 


 
TAOÍSMO
 
 
Equipe Brasil Escola
 
 
Lao Tsé
 


O taoísmo é uma religião de filosofia chinesa; baseia-se no sistema politeísta e filosófico, de crenças parecidas com os antigos elementos místicos e enigmáticos da religião popular chinesa, como: culto aos ancestrais, rituais de exorcismo, alquimia e magia. 

O taoísmo surgiu no século II e incorporou alguns dos elementos religiosos mais antigos da China.  Da observação das leis da natureza, os mestres do taoísmo concluíram que tudo possui uma identidade, que vem de uma única fonte, o Tao. O significado dessa palavra chinesa é “caminho, trilha, estrada”. O Tao é o principal conceito do Taoísmo.
 


A libertação plena da alma estaria no retorno do homem ao Tao.
Alguns caminhos para isso seriam a meditação, a vida em harmonia e o desapego do mundo material.
Os Taoístas acreditam também na essência de todas as coisas. Além disso, existem no Taoísmo duas forças, o yin e o yang.
 
 
 
 
 
XINTOÍSMO
 
 
Equipe Brasil Escola
 
 
 
A tradição do xintoísmo foi criada antes do budismo e ganhou força no Japão no século VI.
Conjunto de ritos e mitos que explicam a origem do mundo, do Japão e da família imperial japonesa.
Originalmente, o xintoísmo não possuía nome, doutrina, nem dogmas. Depois de sete gerações de divindades nascidas do próprio Cosmo, surgiu enfim o último casal; Izanagi e Izanami, que desempenhava na xintoísta, o papel da criação. Os dois se uniram como macho e fêmea; e do corpo de Izanami nasceram as oito ilhas que compõem o território do Japão.
 
 
 
O termo xinto quer dizer “caminhos dos deuses”. O xintoísmo é a religião nacional do Japão, que se constitui de crenças e práticas religiosas de tipo animista. Ao contrário da maior parte dos credos contemporâneos, xintó não possui um fundador específico como livro sagrado, dogmas ou código moral.
No Japão, a religião permaneceu oficial de 1868 a 1946. Com a derrota japonesa na segunda Guerra Mundial, o imperador Hiroíto renunciou ao caráter divino atribuído à realeza pelo xintoísmo e a nova Constituição do país passou a defender a liberdade religiosa para todos os japoneses.
O Kashikodokoro é um santuário do palácio imperial de Tóquio. No santuário ocorre homenagem aos antepassados.
O Kashikodokoro constitui, no Japão moderno, o centro onde se preservam as remotas tradições do xintoísmo.

CONFUCIONISMO
 
 Por Felipe Araújo
 
 
O Confucionismo é a ideologia religiosa e sociopolítica de Koung Fou Tseu, que tem seu nome grafado em língua latina como Confúcio. Entre os princípios do Confucionismo, o principal é conhecido pelos povos orientais como junchaio, que são considerados os ensinamentos dos sábios. Este princípio é o que define o Tao (caminho superior), uma maneira de ter uma vida equilibrada, satisfazendo as vontades do céu e da terra.

Além de filósofo, Confúcio também foi um mantra para seu povo. Nele, as pessoas buscavam um modelo de comportamento e respostas para seus anseios. A filosofia do pensador chinês fazia uma fusão com outros cultos religiosos da antiguidade chinesa, inclusive os que lidam com deuses e imortais, fazendo nascer uma forma de sincretismo de religiões.
A doutrina do Confucionismo durou na China aproximadamente dois mil anos, indo do século II ao século XX com milhões de adeptos. Além da forte presença na China a religião de Confúcio também tem diversos adeptos no Japão, Cingapura e Coréia do Sul.
 
As ideias pregadas no Confucionismo são bastante diferentes das encontradas nas religiões tradicionais do Ocidente. Na filosofia de Confúcio não há um Deus, uma unidade criadora e muito menos templos ou igrejas.
Sua doutrina fundamenta-se na busca pelo Tao, a harmonia da vida e do mundo. Para atingir o Tao, o Confucionismo coloca a família como base de uma sociedade em que todos os seres humanos vivem em harmonia. Esta família começa nos governantes, que devem amar o povo como verdadeiros pais, e termina nos súditos, que tem o dever de ser obedientes e humildes como filhos.
Outra das características presentes no Confucionismo é o culto aos antepassados. Para Confúcio, os seres humanos são formados por quatro dimensões:
  1. O Eu
  2. A Comunidade
  3. A Natureza
  4. O Céu



Além disso, prega que os seres humanos tem que possuir cinco virtudes essenciais que são:
  1. Amar o próximo
  2. Ser justo
  3. Ter comportamento adequado
  4. Ter consciência da vontade dos céus
  5. Cultivar a sabedoria e a sinceridade
Compiladas em cinco obras, as ideias de Confúcio e suas doutrinas podem ser encontradas nos livros que são denominados Os Cinco Clássicos: Shu Ching; Shih Ching; Li Ching; Chun-Chiu e o I Ching.
Entre os diversos ritos tradicionais do confucionismo estão reverência e culto aos antepassados e oferendas aos mortos. Na parte da família, o casamento é valorizado como uma forma de continuação da tradição.
 

 
 
 

Atividade do A.P.E. Trimestral:
Faça uma análise do conteúdo sobre as religiões e filosofias orientais que estudamos em sala e redija um comentário de, no mínimo, 15 linhas, ressaltando aspectos que você julga importantes.

NÃO ESQUEÇA A SUA IDENTIFICAÇÃO;
NOME, SÉRIE E TURMA, COLÉGIO SER! SOROCABA.
 
O prazo para postagem da atividade vai até o dia 15/05/13.
 
 
Bom Trabalho!!!
Prof.ª Marilia C. C. Coltri.
 

sábado, 11 de maio de 2013

A ESTRUTURA DO SISTEMA FEUDAL

Colégio Ser! - Sorocaba
Atividade do A.P.E. Trimestral - HISTÓRIA

7ºs anos (Clarice Lispector e Monteiro Lobato)

Prof.ª Marilia C. C. Coltri

 
A ESTRUTURA DO SISTEMA FEUDAL
 
 

 
No final do século IX têm-se novas invasões na Europa Ocidental, trata-se dos vikings (ou normandos, no norte), húngaros (no leste) e dos sarracenos (na península Ibérica e parte da península Itálica).

A fragilidade político-militar ocasionadas com as invasões fez com que a população buscasse refugio em suas unidades territoriais agrárias, num processo que vinha se intensificando desde as épocas das primeiras invasões bárbaras no Império Romano, ainda no século IV. A população das cidades, igualmente aterrorizada, buscava a proteção desses senhores, fortalecendo os laços de dependência entre esses nobres e um crescente contingente de dependentes.

Aqui, podemos perceber uma das principais características do sistema feudal, qual seja a substituição da mão-de-obra escrava – típica do Império Romano, que por longo empo continuará coexistindo – para a utilização da mão-de-obra caracterizada pelos laços entre os indivíduos, ou seja, por relações servis, que subordinavam a população rural que procurava segurança aos senhores feudais. O senhor feudal tinha o poder de julgar e punir a população que vivia em suas terras aos vassalos.

Temos que ter em perspectiva que o embrião do sistema feudal já existia na época do Império Romano, por meio do sistema de colonato, onde trabalhadores rurais arrendavam uma porção de terras de nobres romanos sob a condição de destinar parte da produção como forma de pagamento. Essa mesma base foi ganhando forma no Império Carolíngio com as doações (beneficiaum) de terras (dominiaum).

Além das relações servis, o feudalismo tem como uma de suas principais características a ruralização, ou seja, a vida girava em torno da atividade agrícola, onde a unidade agrária, ou feudo, assumia um papel de destaque. O feudo caracterizava-se por uma extensão de terras de um nobre dividido essencialmente em três partes. Uma era explorada diretamente pelo proprietário (o manso ou reserva senhorial), onde ficavam a casa do senhor (às vezes um castelo) oficinas, celeiros estábulos, pastagens, bosques e terras para plantio. Essa unidade correspondia em geral à metade dos domínios do senhor. A outra metade era dividida entre em porções de territórios que eram exploradas pelos servos, então denominada manso servil. Poderiam existir ainda territórios de utilização comunal, como pastos e bosques, que eram denominados mansos comunais. 

 
 
Como contrapartida para o usufruto hereditário do manso, os camponeses tinham que entregar ao senhor feudal uma parcela do que produziam no feudo, além de prestar serviços nas reservas senhoriais. Nesse sentido, o manso tinha a dupla importância de efetivar a ligação de dependência entre o senhor feudal e seus servos e proporcionar recursos para a sobrevivência dos camponeses habilitando-os para trabalhar nas reservas senhoriais.

Para entender o conjunto de relações que giravam em torno do feudo, devemos ter em perspectiva que durante o período feudal não havia um poder político ou um estado centralizado, nesse sentido, podemos dizer que o poder era descentralizado. Não obstante, a influência das invasões germânicas introduziu a fidelidade pessoal nas relações de poder e entre indivíduos.

Por meio dessa relação de fidelidade e lealdade os senhores feudais, ou suseranos (o maior de todos os suseranos era o rei) concedia benefícios para os seus vassalos. Um rei, por exemplo, poderia conceder um feudo para um senhor feudal, que se tornaria seu vassalo. Esse senhor feudal, por sua vez, poderia dar continuidade a relação de vassalagem dando proteção e parcelas de terras para outros nobres de menor importância, que se tornariam seus vassalos.

Podemos perceber que essa situação ajudou a consolidar o poder local dos senhores feudal, na medida em que como contrapartida ao feudo que recebiam de seu suserano (que poderia ser um rei) se comprometia em dar apoio militar e o que poderia chamar muito grosseiramente de apoio logístico (hospedagem e armas e cavalos, por exemplo). O que importa ressaltar é que se trata, sobremaneira, de laços militares. Ao mesmo tempo, é possível perceber que quanto maior o número de vassalos, maior era o poder de um suserano.

A cerimonia que afirmava os laços entre vassalo e suserano era chamada de homenagem, sendo composta de duas partes: o juramente e a investidura. O vassalo declarava sua fidelidade ao suserano, selando o pacto com um beijo. Em seguida jurava auxilio militar e em caso de necessidade, financeira para o suserano. Na sequencia, por meio da investidura, o vassalo recebia o feudo. Somente os cavaleiros poderiam prestar vassalagem a outro nobre, na medida em que se tratava de um trato entre iguais. 

 
 
Como é obvio constatar, com todo o processo de ruralização e a crescente importância dos senhores feudais a terra passou a ser a principal fonte de riqueza com preponderância da atividade agrícola. A produtividade era muito baixa, e o camponês ficava com apenas algo em torno de 20% do que produzia. Quase tudo que o feudo precisava era produzido no próprio feudo, que apesar de não ser autossuficiente era auto subsistente, ou seja, poderia sobreviver por conta própria. Contudo, havia comércio entre determinadas regiões, entre feudos, por meio de feiras, e até mesmo de produtos que não existiam em determinadas regiões – como o sal e mercadorias de luxo, (essa consumida fica evidente, por algumas poucas pessoas).

As características da sociedade feudal (economia agrária, poder descentralizado e laços vassálicos) originaram um modelo tripartido da sociedade em três ordens que seriam naturais, complementares e consideradas fruto da vontade divina. Nessa divisão o clero teria a incumbência de rezar (e salvar as almas, missão deveras importante); aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade (e seus interesses particulares); por fim, aos servos, ficaria a árduo dever do trabalho. A ideia da ordem tripartida, legitimada pela igreja preza pela complementaridade, nesse sentido, cada uma das classes teria seu lugar bem definido e todas deveriam cumprir suas funções para o natural funcionamento da sociedade. 


 

Esse modelo tripartido da sociedade evidencia o fato de praticamente não existir mobilidade social. No caso dos servos, por exemplo, mesmo que o feudo mudasse de dono, os camponeses continuariam vinculados a terra e às suas obrigações, agora com o novo senhor.

Entre as principais obrigações dos servos estavam:

  • Talha – Parte do que era produzido no manso deveria ser entregue ao senhor feudal.
  • Corveia – Trabalho compulsório nas reservas senhoriais em alguns dias da semana.
  • Banalidade – Cobrança pelo uso obrigatório das instalações e instrumentos do feudo, como pontes, moinho, celeiro.
  • Tostão de Pedro – 10% da produção do servo deveríamos ser pagas a Igreja.
  • Taxa de Justiça – Servos e os vilões (camponeses não vinculados ao feudo) deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre.
  • Formariage – Taxa paga quando o servo ou o nobre se casava para ajudar nas despesas do casamento.
  • Mão Morta – Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o chefe da família morria.
Fonte: http://imagohistoria.blogspot.com.br/search/?q=feudalismo&x=32&y=13

Atividade do A.P.E. Trimestral:
Faça uma análise do conteúdo sobre a Estrutura do Sistema Feudal e redija um comentário de, no mínimo, 15 linhas, ressaltando aspectos importantes abaixo relacionados, entre outros:
 
- Base da economia;
- Servidão ou escravidão?
- O domínio da Igreja Católica Apostólica Romana;
- As taxas feudais.


NÃO ESQUEÇA A SUA IDENTIFICAÇÃO;
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O prazo para postagem da atividade vai até o dia 15/05/13.
 

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Prof.ª Marilia C. C. Coltri.
 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

REVOLUÇÃO FRANCESA

Colégio Ser! - Sorocaba
Atividade do A.P.E. Trimestral - HISTÓRIA

8ºs anos (Carlos Drummond de Andrade e Pedro Bandeira)
Prof.ª.ª Marilia C. C. Coltri
 
 
 
REVOLUÇÃO FRANCESA
 
 
 
Por Cristiana Gomes
 
 
Pode se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade contemporânea.
 
Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira. 
 

Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à Nobreza e ao Clero).

Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).

 

 

 
CLERO - Alto Clero (papa, cardeais, bispos, abades e cônicos);
- Baixo Clero (sacerdotes pobres).
 
NOBREZA - Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes);
- Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior);
- Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e administrativos).
 
POVO
- Camponeses;
- Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes);
- Média burguesia (profissionais liberais);
- Pequena burguesia (artesãos e comerciantes);
- Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque não usavam os calções curtos com meias típicos da nobreza.
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.
 
Luís XVI
 

A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no campo, porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população sofria com a fome e a miséria. Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como consequência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número de famintos e marginalizados elevados. Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza.
 
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o rei para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.
OBS: A Assembleia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por integrantes dos três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e nobreza estavam sempre unidos, isso sempre somava dois votos contra um do povo. Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também porque as eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego.
 
Em maio de 1789, após a reunião da Assembleia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo. A Nobreza e o Clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo (que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se revoltasse e saísse dos Estados Gerais.
 
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembleia Nacional Constituinte. O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

 
Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha".
 
Queda da Bastilha
 
O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.
No dia 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", cujos principais pontos eram:
 
- O respeito pela dignidade das pessoas;
- Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei;
- Direito à propriedade individual;
- Direito de resistência à opressão política;
- Liberdade de pensamento e opinião.
 
 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
 
Em 1790, a Assembleia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa determinação.

 
Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.
1ª) Sair da França;
2º) Lutar contra a revolução;
Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à revolução.
Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembleia Constituinte.
 
Principais tópicos dessa constituição
- Igualdade jurídica entre os indivíduos
- Fim dos privilégios do clero e nobreza
- Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
- Proibição de greves
- Liberdade de crença
- Separação do estado da Igreja
- Nacionalização dos bens do clero
- Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
 
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O objetivo dos contrarrevolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquia absoluta. 
 
Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contrarrevolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).
 
Com a proclamação, a Assembleia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França. Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:

- Girondinos: alta burguesia
- Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei.
- Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.
Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das forças absolutistas estrangeiras.
 
 
Maximilien de Robespierre
 
Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária). Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos tinham medo de perder suas cabeças.
Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta burguesia e outras mais próximas das aspirações das camadas populares. Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.
 
Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:
- Direito ao voto;
- Direito de rebelião;
- Direito ao trabalho e a subsistência;
- Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
 
Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuíram, os girondinos e o grupo da planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 1794.
 
Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu elaborar outra constituição para a França.
 
A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país.
 
Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a situação.
Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, provocou um golpe.
Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.
 
Jacques-Louis David. A Coroação de Napoleão I e Imperatriz Josephine, 1806-1807.
 
Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.

Fontes:
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-francesa/


Atividade do A.P.E. Trimestral:
Faça uma análise do conteúdo sobre a Revolução Francesa e redija um comentário de, no mínimo, 15 linhas, ressaltando aspectos importantes das fases abaixo relacionadas:
 
- Fase do Antigo Regime (Ancien Regim) - grupos sociais que o compunham;
- Luís XVI - características de seu reinado;
- Primeira Fase da Revolução Francesa - Assembleia Nacional (1789-1792);
- Segunda Fase da Revolução Francesa - Convenção (1792-1795);
- Terceira Fase da Revolução Francesa - Diretório (1795-1799);
- Acolhimento de Napoleão Bonaparte por girondinos e jacobinos.

NÃO ESQUEÇA A SUA IDENTIFICAÇÃO;
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O prazo para postagem da atividade vai até 15/05/13.
 
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Prof.ª Marilia C. C. Coltri.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Colégio Ser! - Sorocaba
Atividade do A.P.E. Trimestral - HISTÓRIA - 9º ano Jorge Amado
Prof.ª Marilia C. C. Coltri


WWI

 
 O CENÁRIO NA EUROPA ANTES DA GUERRA.
 
Podemos considerar que as principais causas da Primeira Guerra “Mundial” de 1914 a 1918 são de ordem econômica. Os impérios Europeus acirravam os ânimos entre si devido a busca de regiões ricas em matérias primas para suas indústrias e de mercados consumidores para os seus produtos industrializados. O choque de interesses entre as potências imperialistas se agravaram com a entrada da Alemanha (unificada em 1871) e da Itália na corrida imperialista. Alemães e italianos estavam insatisfeitos com a repartição do mundo colonial queriam uma redivisão dos territórios, embora o problema da perda terreno na disputa por colônias tenha sido causado pela unificação tardia destes dois paises.
Indiscutivelmente a Primeira Guerra do século XX foi motivada por fator de ordem econômica, no entanto, não foi o único. As raízes do conflito encontram-se nas rivalidades históricas reavivadas por disputas no século XIX, na Europa verificava-se uma situação de conflito de interesses que colocava frente a frente uma série de países.

Vejamos alguns desses atritos:

- Inglaterra X Alemanha: As duas maiores potências industriais da Europa disputavam os mercados mundiais com extrema tenacidade. A Inglaterra tinha a vantagem de possuir mais colônias na África e na Ásia;

- França X Alemanha: Ao unificar-se a Alemanha, anexou as províncias francesas de Alsácia e Lorena, ricas em ferro e carvão – base para a indústria. Isso estimulou um sentimento revanchista e anti-germânico nos franceses.

- França X Itália: Esses dois países disputavam a posse da Tunísia, na África.

- Rússia X Império Áustro-Húngaro: A Rússia era o maior dos países eslavos, e além de posicionar-se a favor da Sérvia na questão dos Bálcãs, ambicionava formar uma grande nação eslava sob seu comando.

- Assassinato do Arquiduque austríaco Francisco Ferdinando, por um terrorista sérvio, membro do grupo nacionalista Mão Negra.



A PREPARAÇÃO PARA A GUERRA

Anteriormente abordamos alguns dos motivos gerais (de ordem econômica e as rivalidades históricas) que contribuiram para a Primeira Grande Guerra do século XX, agora verificaremos os muitos atritos que envolviam as potências européias.
A insegurança provocada pelo clima hostil entre as potências, provocou uma verdadeira corrida armamentista preventiva, que ficou conhecida com a hipócrita denominação de Paz Armada. Isso quer dizer que os países procuravam incrementar seu poderio bélico (armamentista), imaginando escapar das investidas de nações inimigas. O antagonismo (interesses opostos) entre as nações provocou a formação de blocos de países preparados para um possível enfrentamento armado. Os blocos militares ou alianças militares, formados a partir de então foram os seguintes:

A) TRÍPLICE ALIANÇA: A Alemanha e o Império Austro-Húngaro assinaram, em 1879, um acordo de ajuda militar mútua. Posteriormente a Itália, em represália pela invasão francesa à Tunísia, aderiu à Tríplice Aliança em 1882. Entretanto, posição italiana nessa aliança foi dúbia desde o princípio. De forma que, secretamente os italianos assinaram um acordo com o bloco rival em caso de guerra, recebendo como recompensa colônias na África.

B) TRÍPLICE ENTENTE: Inicialmente existia um acordo entre França e Inglaterra (Entente Cordiale), no qual a primeira reconhecia as pretensões colonialistas da segunda e esta se comprometia a ajudar a França, no caso de uma agressão alemã. Em 1907 a Rússia adere ao bloco. Formava-se assim a Tríplice Entente.

Importante ressaltar que para os dois blocos militares organizados prevaleceu a máxima: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", ou seja, os paises buscaram aliar-se com nações que possuíssem atritos com seus rivais.

Outro importante atrito, a chamada Questão Balcânica, gerou o evento que desencadeou a Primeira Guerra, e merece um detalhamento maior. Desde a decadência do Império Turco Otomano, a região dos Bálcãs (tome como referência de local as imediações da Grécia) estava em crise. Resumindo, o quadro de crise política na região assim se apresentava:


- A Sérvia apoiava os movimentos nacionalistas eslavos na luta contra as pretensões da Áustria em anexar a região.


- A Áustria contrariava o plano de formação de um grande país eslavo sob a liderança da Sérvia; - O Império Russo pretendia ampliar sua influência na região e obter uma saída para o Mar Mediterrâneo.

- A Turquia, como ex-potência da região, se aproximou da Alemanha e da Áustria para impedir o avanço russo.



Assim, percebe-se que a região balcânica era um verdadeiro barril de pólvora no começo do século XX. Como dizia na época: o inicio da guerra estava por uma centelha. Só faltava um pretexto para se atear fogo ao estopim nesse barril de pólvora. A fagulha ocorreu com o assassinato do herdeiro do trono austríaco, o Arquiduque Francisco Ferdinando.


Acaso do destino ou imprudência? Fico com a segunda opção. Resolveu o arquiduque visitar, no dia 28 de junho de 1914, Sarajevo, a capital da Bósnia. Esta atitude insensata do arquiduque Francisco Ferdinando é comparável a hipotética visita do presidente Obama ao Iraque nos dias atuais desfilando em carro aberto. Imaginaram qual seria o resultado?
 
O assassino de Francisco Ferdinando era ligados ao movimento nacionalista sérvio, e, por isso, Áustria declarou guerra à Sérvia no dia 28 de julho do mesmo ano. A Rússia manifestou solidariedade à Sérvia, e a Alemanha declarou guerra à Rússia, no dia 1º de agosto de 1914. É a aplicação da máxima: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", lembram!!! Este horizonte de eventos desencadeou o conflito entre os países membros das duas alianças militares, arrastando o mundo para uma das mais sangrentas guerras do século XX.

Os primeiros movimentos da Guerra.

Em 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte, invadiu a Bélgica. Na frente oeste, nos primeiros meses da guerra, a iniciativa coube aos alemães, que tomaram grandes extensões dos territórios belga e francês.
Na frente leste, o exército russo parecia vitorioso, conquistando parte da Prússia Oriental (atual território da Polônia, na época pertencente a Alemanha).

As Fases da Guerra.

Podemos caracterizar a fase inicial da guerra pela ocorrência de um frenético avanço de tropas conquistando territórios e pelo elevado número de mortos. Estas caracteristicas fazem parte da primeira fase da guerra denominada de Guerra de Movimento. Contudo, o expressivo número de mortos nesta fase foi a motivo para a adoção de uma estratégia mais defensiva que procurava não expor os exércitos em campo aberto visando preserva-los das modernas armas de guerra e assim inicia-se uma nova fase.
 
A segunda fase seria a Guerra de Trincheiras ou Guerra de Posições. Sem condições de manter o ritmo inicial, os exércitos alemães recuaram na frente oeste e retomaram os territórios na frente leste. Depois disso, tanto as forças da Entente como as da Tríplice Aliança mantiveram as posições e sem condições de romper as linhas das forças inimigas. Esta situação perdurou até praticamente o fim da guerra.

Em maio de 1915, a Itália declarou guerra à Alemanha e à Áustria, teoricamente seus aliados. Esta atitude da Itália foi oportunista, esperava lutando ao lado da França e da Inglaterra, obter territórios nas províncias rebeldes e na África.
O esforço de guerra começou a ser sentido pelas populações dos países em guerra. A falta de alimentos, de matérias-primas e as condições de trabalho provocaram greves, motins e levantes operários, principalmente na Alemanha.
Na frente de batalha, o quadro se modificou profundamente depois de abril de 1917. Submarinos alemães afundaram navios norte-americanos, provocando a entrada dos Estados Unidos na guerra.

Os Estados Unidos já forneciam armas, munições e alimentos aos aliados. Agora, o peso econômico-industrial “ianque” faria mudar o rumo do conflito, pois os alemães não tinham condições de materiais de continuar lutando por muito tempo. Entretanto, convém lembrar que a entrada dos EUA na guerra também se explica pelo fato de que se houvesse vitória da Alemanha, todo investimento estadunidense aplicado nos países da Entente durante os três primeiros anos da guerra estariam perdidos. A Revolução Russa corroborou para os Estados Unidos optarem em entrar no conflito. Em 1917 (outubro/novembro), a Rússia saiu da guerra, depois que os bolcheviques (Revolução Russa) tomaram o poder. Este acontecimento deu condições para que a Alemanha prolongasse sua permanência na guerra por mais de um ano. Em 1918, os aliados dos alemães abandonam a guerra deixando-os sozinhos. Na Alemanha, revoltas populares, levantes de soldados e marinheiros paralisavam a máquina de guerra. Exaustos no dia 9 de novembro de 1918, o imperador Guilherme II foi derrubado e substituído por um governo provisório (social-democrata), o qual assinou o armistício (suspensão do conflito) com os aliados. A guerra havia acabado. Em janeiro de 1919, começou a Conferência de Paz de Versalhes, que se encerraria em 28 de junho.

Os Termos da Rendição: Em janeiro, o presidente dos EUA, Wilson propôs os seus famosos “14 pontos” para uma paz mais justa. Contudo a intolerância e insistência da França e da Inglaterra em exigirem reparações, invalidaram a iniciativa do presidente dos EUA.

Numa conferência foi assinado o Tratado de Versalhes, que determinou o seguinte:

- Criação da Liga das Nações, para mediar diplomaticamente os conflitos internacionais. A Liga foi o embrião da ONU, porém, já surgiu com seus poderes pouco efetivos. Isso porque a Alemanha, responsabilizada pela guerra, a Rússia, abalada pela Revolução socialista e os EUA, discordantes do Tratado de Versalhes, ficaram de fora desse organismo;


- Estabelecimento de novas fronteiras. A Alemanha devolveu a Alsácia-Lorena para a França e cedeu territórios para a criação da Polônia como país independente. O território alemão ficou ainda dividido em duas porções pelo corredor polonês, para dar acesso ao mar à Polônia;


- A Alemanha perdia suas colônias e ficava obrigada a desmilitarizar e limitar o efetivo do seu exército a 100 mil homens e a desmantelar as fortificações fronteiriças;

- A Alemanha e seus aliados foram considerados responsáveis pela guerra e condenados a pagar pesadíssimas indenizações. As indenizações exigiram a entrega dos navios acima de mil toneladas e de diversos recursos naturais alemães à exploração dos países vencedores.

Evidentemente, essas imposições eram demasiado pesadas para que a Alemanha pudesse cumpri-las na sua integralidade. O presidente dos EUA, Woodron Wilson, insistentemente alertava aos líderes da Inglaterra e da França que uma rendição honrosa e viável para a Alemanha seria a garantia de uma paz duradoura, mas os teimosos líderes ingleses e franceses não acataram as recomendações de Wilson. Assim, os anos 20 foram tremendamente difíceis para a Alemanha, devido as imposições do Tratado de Versalhes, gerando um sentimento de frustração e revanche no povo alemão. Nos termos do Tratado de Versalhes encontramos entre outras as origens da 2ª Guerra Mundial.

Após as decisões do Tratado de Versalhes os EUA adotam uma política internacional isolacionista "dando as costas" aos países da Europa.

O Império Áustro-Húngaro também foi penalizado no Tratado de Saint-Germain, que lhe tirou a saída para o mar e reduziu drasticamente seu território.

O Esfacelamento do Império Otomano e a crise entre palestinos e o Estado de Israel.

Quando o Império Turco Otomano foi desmembrado, após a Primeira Grande Guerra, surgem novos países e diferentes povos. Um detalhe que normalmente passa desapercebido é que a desintegração do Império Otomano vai ser a semente das futuras desavenças entre palestinos e israelenses, bastante acentuadas após a Segunda Guerra Mundial. Síria, Monte Líbano, Palestina, Meca e Medina eram parte do Império Otomano, de população majoritariamente árabe e que professavam as seguinte religiões: o islamismo, o cristianismo e o judaismo. O controle destes territórios, então herdados do Império Otomano, coube à Inglaterra e a Françam que visavam resguardar seus interesses colonialistas e portanto ignoram sistematicamente as reivindicações árabes para formar países independentes. A Liga das Nações (um arremedo do que seria a ONU), em 1922, resolve dividir a região em mandatos (territórios) que seriam administrados por França e Inglaterra por períodos determinados.
Neste mesmo ano a Carta da Liga das Nações continha uma determinação que entre os objetivos do mandato inglês na Palestina estaria a criação de um território judeu e com a condição de não ferir os interesses da população não judaíca que habitava a região. Ao passo que os paises vizinhos conquistavam sua independência a Palestina mantinha-se sob o controle britânico. Paralelamente o movimento Sionista começa a organizar a migração em massa de judeus para a Palestina deslocando a força a população árabe existente a fim de estabelecer os assentamentos judaícos. Assim, iniciam os primeiros choques violentos entres árabes e judeus provenientes da Europa Oriental. Importante ressaltar que o conflito dos anos 20 não foram de natureza religiosa, mas política. A partir de 1936 eclodiram várias revoltas dos palestinos, duramente reprimidas pelos ingleses, contabilizaram aos milhares entre mortos e feridos e outros milhares de presos. O partido nacional palestino exigia já desde àquela época a formação de um governo palestino autônomo. Contudo sem conseguir manter a ordem na Palestina e incapaz de entregar um Estado aos judeus, sem ferir os direitos e causar revoltas dos palestinos, a Inglaterra entrega o mandato (território) a ONU. Esta era a constatação de que a política internacional inglesa havia fracassado.

As mudanças geopolíticas.

No novo mapa europeu criado, a partir desses tratados, surgem novos países como Hungria, Polônia, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Finlândia. Fora da Europa, surgem regiões do espólio do Império Turco-Otomano que originaram os atuais países do Oriente Médio, tais como Jordânia, Síria, Líbano, Iraque.
No âmbito das relações econômicas e sociais, a I Guerra Mundial deu aos EUA a condição de maior potência econômica mundial. Os EUA entraram na guerra como devedores e saíram como credores. A Primeira Guerra Mundial trouxe também um nefasto saldo de algo em torno de 14 milhões de mortes. Pior do que isso, essa guerra, que antes de começar dizia-se que acabaria com todas as outras guerras, apenas acirrou ainda mais os ânimos dos países europeus, uma lamentável realidade que encaminharia a II Guerra Mundial, com danos ainda maiores.
Fontes:
 
Atividade do A.P.E. Trimestral:
 
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- Como estava a Europa às vésperas do conflito;
- O que foi o período de PAZ ARMADA (1871-1914)?
- A disputa pelos Bálcãs;
- O Sistema de Alianças;
- Os motivos que deflagraram a guerra;
- Fase final dos conflitos;
- Tratados de paz;
- Pós-guerra. 

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NOME COMPLETO, SÉRIE E TURMA, COLÉGIO SER! SOROCABA

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Bom Trabalho!!!
Prof.ª Marilia C. C. Coltri.