"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios

"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém [...]". (Carta do Apóstolo Paulo aos cristãos. Coríntios 6:12) Tudo posso, tudo quero, mas eu devo? Quero, mas não posso. Até posso, se burlar a regra; mas eu devo? Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, ética é o conjunto de valores e princípios que [todos] usamos para definir as três grandes questões da vida, que são: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero. Cortella complementa "Quando temos paz de espírito? Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009). Imagem Toscana, Itália.































segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"A Civilização Egípcia"

"A Dádiva do Nilo" e a hierarquia social


Dádiva do Nilo



Quando falamos do Egito Antigo é comum à referência de pelo menos três elementos básicos: deserto, pirâmides e o rio Nilo. De fato, toda a civilização egípcia floresceu em torno do vale fértil do Nilo, que se prolongava por aproximadamente mil quilômetros.

Na estação chuvosa a quantidade de água que caía nas nascentes do rio Nilo levava ao seu transbordamento e a inundação das terras à suas margens, onde se depositavam materiais orgânicos que faziam a fertilização do solo, tornando-o propício para a prática agrícola. Rapidamente os egípcios perceberam que era possível dominar essas águas, canalizando-o para regiões mais afastadas das margens, construindo diques e represas, ampliando, assim as terras que poderiam ser utilizadas para plantio e melhorando as condições de habitação e sobrevivência do ser humano.

Não bastasse o desenvolvimento da agricultura e da engenharia, o Nilo teve papel importante no desenvolvimento do comércio no Antigo Egito. Os egípcios utilizavam amplamente as águas do Nilo para comercializar os excedentes agrícolas possibilitando o desenvolvimento da civilização e o acúmulo de riquezas.







Hierarquia social e trabalho

No Egito se desenvolveu um tipo de sociedade teocrática, onde existia uma amálgama de política e religião, além de uma forte hierarquia social. Nessa sociedade o governante, no caso o Faraó, era considerado um monarca de origem divina, um “soberano supremo”, encarnação própria do deus Amon-Rá, e é claro, ocupava o topo da hierarquia. Não é difícil imaginar que o faraó tinha um grande poder em suas mãos, sendo considerado “o senhor de todos os homens e de todas as terras”, ou seja, todas as riquezas e terras do Egito pertenciam ao faraó. Ao mesmo tempo era considerado o maior dos juízes, sacerdote supremo e chefe militar do Antigo Egito.


Abaixo do Faraó existiam:

· Os sacerdotes, que tinham a função de servir os deuses, principalmente por meio de oferendas.

· Os escribas, de quem se esperava o domínio da escrita e o registro de acontecimentos por meio de hieróglifos, onde os símbolos procuravam representar sons. A escrita egípcia era bastante complexa, composta por pictogramas (desenhos representando objetos concretos) e ideogramas (sinais representando ideias abstratas). Para a escrita, os escribas costumavam utilizar o papiro, que era uma espécie de papel feito com fibras de uma planta aquática.

Os hieróglifos somente foram decodificados em 1822, quando o linguista francês Jean-François Champollion conseguiu decifrar a famosa Pedra de Roseta.

· Os militares, que tinham a função de defender o Egito dos inúmeros inimigos que cobiçavam suas riquezas, ou auxiliavam na construção de canais de irrigação e túmulos.

· Os camponeses, ou "felás" que constituíam a grande maioria da população cultivavam a terra e pagavam pelo uso da terra que pertencia ao faraó. Esse pagamento geralmente era feito em determinadas quantidades de cereal. Muitos camponeses também prestavam serviços ao faraó na construção de grandes obras públicas, como os canais de irrigação, templos e túmulos.

· Os escravos. Existia escravidão no Egito antigo, geralmente obtidos por meio de guerras, contudo, mesmo alcançando um número expressivo em determinados momentos, a escravidão sempre foi insuficiente para suprir a demande de mão-de-obra necessária para as colheitas e para a realização das obras públicas.

Tendo em vista essa insuficiência de escravos, era comum o recrutamento de homens livres, que através do trabalho compulsório – e mesmo contra a sua vontade – eram obrigados a trabalhar para o Estado. Essas pessoas poderiam prestar serviço na construção de um túmulo real, onde eram alojadas à noite. Caso tentasse fugir, o trabalhador compulsório poderia sofrer severas punições, inclusive se tornando um escravo.

 





"Religião e organização política"




Como já foi dito, no Egito Antigo o faraó era considerado um monarca de origem divina. Os egípcios eram politeístas (possuíam inúmeros deuses) sendo que seus deuses poderiam ter forma humana (antropomórfica) ou um misto de homens com animais (antropozoomórfica).

Além disso, os egípcios acreditavam na ideia da alma imortal, e nesse âmbito, cada indivíduo, após a morte, empreenderia uma viagem até chegar ao outro mundo, onde seria julgado no tribunal de Osíris (o juiz supremo dos mortos), a quem cabia pesar e julgar, conduzindo o indivíduo ao reino do além, ou condenando-o a ser destruído.


É por ocasião dessa jornada que os faraós levavam consigo muitas riquezas, objetos e distrações, inclusive, em algumas situações até mesmo seus serviçais mais próximos. Da mesma forma, as pirâmides, obras magníficas empreendidas pelos egípcios, ao mesmo tempo serviam como túmulo, agrado aos deuses e mostra de seu grande poder.

Entre as pirâmides mais famosas, destacam-se as de Guizé, dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos.



Como acreditavam na vida após a morte os egípcios desenvolveram o processo de mumificação dos mortos, onde preparavam e embalsamavam o corpo. No processo de mumificação dos faraós e de pessoas que pertenciam à elite costumava-se amolecer o cérebro e depois retirá-lo pelas narinas. Posteriormente retiravam-se os órgãos através de uma incisão do abdômen e enchiam-se as cavidades com saquinhos de sal, com a finalidade de absorver os líquidos. Depois de 70 dias o corpo estava pronto para ser perfumado e enfaixado, colocado no sarcófago e posteriormente na sua tumba.

Uma das múmias mais famosas é a de Tutankamon, faraó que viveu no século XIV a.C. e morreu jovem, aos 19 anos. A sua tumba foi descoberta em 1922 pelo egiptólogo britânico Howard Carter. Vários participantes na escavação morreram pouco depois da descoberta da tumba, todos em circunstancias estranhas. Essas mortes deram origem à lenda em torno da “maldição de Tutankamon”, onde se dizia que a múmia trazia morte aqueles que a ousassem tocar. Levantou-se até a hipótese de que a tumba do faraó continha vírus milenares que contaminaram o ar e levaram às pessoas a morte. Seja como for, a vida e morte de Tutankamon continuam envoltas em mistérios.

A civilização egípcia alcançou um grande avanço no campo das ciências. Além da engenhosidade na construção das pirâmides, e do surgimento de profissões como a do arquiteto, foram os egípcios que inventaram o calendário de 365 com a divisão dos dias em 24h. Os egípcios conheciam muito bem o corpo humano, alcançando um impressionante desenvolvimento na medicina, com a manipulação de medicamentos para tratamento de diversas doenças e instrumentos para a realização de cirurgias.


Máscara funerária de Tutankhamon





Organização política 


Os primeiros agrupamentos humanos da região do Rio Nilo surgiram por volta de 5.000 a.C. Posteriormente, muitas dessas aldeias de agruparam dando origem aos nomos. Vários e importantes nomos se desenvolveram ao longo do rio Nilo, que funcionavam de forma mais ou menos autônomas.

Por sua vez, os nomos se uniram formando dois grandes reinos: Baixo Egito (próximo do Mediterrâneo) e o Alto Egito (ao sul do rio Nilo). Por volta de 3200 a.C. Menés criou a grande capital Mênfis e conseguiu unificar as tribos do Baixo e do Alto Egito, dando início a primeira dinastia de faraós e a um império que duraria mais de 3 mil anos, compreendendo um total de 31 dinastias até o ano de 300 a.C., quando ocorreu o enfraquecimento do poder central.

Coroa Branca do Alto Egito (Sul)




Coroa Vermelha do Baixo Egito (Norte)




Coroa da Unificação do Egito (Alto e Baixo Egito)




Por sua riqueza e grandiosidade o Egito sempre despertou a cobiça de povos estrangeiros. Por séculos os inimigos foram repelidos, mas no século VI a.C. os persas conseguiram dominar o território egípcio estendendo o seu domínio até o século IV a.C. quando os macedônios expandiram o seu domínio na região. Mais tarde, por volta do século I a.C. seria a vez dos romanos empreenderem a conquista do Egito, transformando-o em uma província romana.


Anubis



Hathor



Hórus



Faraó pequeno




O Escaravelho de Hórus




Ísis




Olho de Hórus





Rá



Seth



Textos e imagens:  http://imagohistoria.blogspot.com.br/2011/03/antiguidade-oriental-4-de-8-o-egito.html. Sérgio Henrique. Acesso em 27/08/12.
Imagens: http://www.coljxxiii.com.br/webquest/caio/caio.htm. Caio Christofolletti. Acesso em 27/08/12.

21 comentários:

  1. Eu acho muito legal pois ele conta sobre o Egito antigo, exemplo mostra a divisāo política do Egito em castas q são: Faraós, Sacerdotes, Nobres, Escribas, Guerreiros, Artesões, Operários e Escravos.
    Outro exemplo é quando ele mostra os reinos do baixo Egito e Alto Egito, da cheia do Nilo q ocorrem em Agosto aumentando a sua largura e transformando a regiāo.

    Matheus Gotha 6 ano Sergio Klein

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bem, Matheus!! Você sempre muito participativo. Estou certa de que os ensinamentos sobre essa deslumbrante civilização ficarão registrados em sua mente por muito tempo. Esse é o verdadeiro processo de construção do conhecimento. Parabéns!!! Profª Marilia Coltri.

      Excluir
  2. O Egito era uma dádiva do nilo, pois com a aparição do nilo a civilização egípcia conseguiu se desenvolver.
    Abaixo do faraó existiam: os sacerdotes, escribas, militares,camponeses e escravos.
    Os egípcios mumificavam as pessoas, pois achavam que assim manteriam seus corpos juntos as suas respectivas almas, naquela época só os faraós eram mumificados.
    Os egípcios eram politeístas ( poli = vários teístas: teo = deuses)o que significa que eles acreditavam em vários deuses, mas só o faraó tinha acesso aos deuses egípcios.

    Monira Amer Abou Jokh 6° ano Sérgio Klein

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bem, Monira; você apreendeu bem o conteúdo sobre essa fascinante civilização. Fico satisfeita com seu aproveitamento e muito orgulhosa com suas ponderações. Parabéns!!! Profª Marilia Coltri.

      Excluir
  3. O Egito sem o Nilo não seria nada.As terras fertéis ao redor do Rio Nilo e a inteligência dos egipcios de canalizar a agua para lugares mais distantes, fez com que a civilização egípcia se desenvolvesse muito, acumulando riquezas.
    Os egípcios acreditavam que sua alma era imortal, mumificavam os corpos dos Faraós e pessoas da nobreza ,levando junto com seu corpos seus pertences e riquezas.Os corpos mumificados eram colocados em pirâmides grandiosas,mostrando seu poder.

    Ricardo moreno bellotto 6 ano Ana Maria Machado


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bom, Ricardo! Realmente o rio Nilo foi a salvação do povo egípcio. Sem ele essa civilização não teria perdurado por 3.000 anos. Parabéns! Profª Marilia Coltri.

      Excluir
  4. Carolina Gonçalves Garcia 6º Ana Maria Machado

    Quando nós falamos do Egito lembramos de pirâmides, desertos e o rio o importante rio Nilo, sem o Nilo a população egípcia não ia crescer pois o Nilo ajuda na agricultura e da água para as pessoas beberem.
    Na pirâmide abaixo do faraó tinham os sacerdotes os nobres, escribas,militares camponeses e escravos e também o assunto da mumificação um tempo os faraós apenas eles tinha seu corpos mumificados para viver a vida enterna e nos seu túmulos tinham a sua vida escrita em hieroglifos o que significa sua vida retratada em desenhos
    Obrigada....Amei o texto

    ResponderExcluir
  5. o egito e conhecido como dadiva do nilo, pois sem o rio nilo a populacao agipicia nao teria crescido, pois o nilo ajuda na agrcultura e da agua para as pessoas beberem.
    em baixo dos faraos nas piramedes temos sarcedotes, nobres, escribas, militares, e camponeses.
    a mumificacaoque antiguamente somente os faraos eram mumificados, e os tumulos deles eram retradados vida escrita em hieroglifos.

    nicolli Vaz De Moraes Freitas
    6 ano A.M.M
    cOLEGIO SER

    ResponderExcluir
  6. Agora entendo o motivo do rio Nilo ser importante para a civilização egípcia.E achei incrivel o modo como eles dividem a sociedade (Deis do topo até a base da pirâmide)e também a fé de que após a morte vão ao mundo dos mortos,e se a mumificarem ficariam junto a sua própria alma quando chegassem ao mundo dos mortos


    Mateus P. Orejana
    6°Ana Maria Machado

    ResponderExcluir
  7. Nós entendemos que; Por sua riqueza e grandiosidade o Egito sempre despertou a cobiça de povos estrangeiros.E que inclusive que o Deus
    Hórus possui a coroa da unificação. Os primeiros agrupamentos humanos da região do Rio Nilo surgiram por volta de 5.000 a.C.

    Nícolas e Allison do 6º ano Ana Maria Machado.Colégio Ser

    ResponderExcluir
  8. ludmila pereira da silva 6 ano amm sorocaba
    A população egipicia nao teria crescido sem ajuda do nilo pois o nilo ajuda na agricultura e trás água para as pessoas beberem.
    Na piramide depois do faraó tenham os sarcedotes nobres, camponeses e os militares.
    como estava na prova eu gostei da mumificasão pois só os faraós eram mumificados ,tambem gostei da piramide social pois parece que em todas as religiões cidades e etc os escravos sustentam a piramide.
    obrigado..... bjs lud

    ResponderExcluir
  9. Ola , eu achei muito legal as guerras , as pirâmides o nilo . As mumificação e os assuntos dos escravos , também não sabia que o nilo era tao importante para a agricultura.

    Laura Coutinho Bernardes 6ano Amm

    ResponderExcluir
  10. Olá Marília, eu achei muito interessante esse texto, apesar de termos aprendido bastante sobre a "Civilização Egípcia" complementou ainda mais meu conhecimento.
    Uma coisa que achei muito importante para os egípcios foi o rio Nilo, pois trouxe a agricultura o que facilitou o aumentou da alimentação e da sobrevivência de mais pessoas.
    Um abraço!
    Luiza Hernandes Gagliardi
    6 Ano AMM
    Colégio Ser! Sorocaba

    ResponderExcluir
  11. Giulia Buffo Pagliato29 de agosto de 2012 às 07:35

    Giulia Buffo Pagliato
    Colegio Ser - Sorocaba 6* ano A.M.M

    ola Marilia
    Quando ouvimos falar do Egito logo vem a nossa cabeça piramedis, uma regiao fertil e boa para vida. Mas apenas não ha apenas isto no Egito temos lendas como a de Tutankamon um jovem farao que morreu aos 19 anos e que a lenda conta que quem " pertubasse " a sua tumba morreria, esta interressante historia eu não conhecia mas agora eu consigui descobrir e conhecer muitas coisas novas , com por exemplo que os corpos depois de tirar os orgãos eram perfumadas e tambem que anubis fez parte " de historias " do Egito e tambem o olho de Hóros pois eu já havia visto mas eu não sabia do que se tratava e a sua origem. E outra coisa que eu adorei estudar foi o Farao pois eu achei muito interessante o fato de que o povo falar ou achar que ele tinha poder divino.

    Obrigada!!!
    E parabens pelo texto esta muito interessante.

    ResponderExcluir
  12. Marília , eu gostei muito!!!!!!! Eu não pensava que existiam tantos deuses egípcios!!! São muito curiosos e interessantes, quando eu crescer vou para o Egito para conhecer mais dessa civilização tão bonita e curiosa.
    Ana Carolina Fagundes Christofani
    6º AMM – Colégio Ser! Sorocaba

    ResponderExcluir
  13. Marília, esse texto é incrível! Estou curiosa para conhecer o próximo capítulo da apostila e explorar outras civilizações. Estou fazendo com o meu pai e ele aprendeu também!
    Letícia Akemi Yoshimatsu Giardini
    6ºAMM – Colégio Ser! Sorocaba

    ResponderExcluir
  14. Excelentes participações e colocações muito pertinentes dos alunos dos 6ºs anos SK e AMM, do Colégio Ser! Sorocaba. Parabéns à todos! Profª Marilia Coltri.

    ResponderExcluir
  15. marilia, eu gostei muito!!!!!!! Eu não pensava que existiam tantos deuses egípcios!!! São muito curiosos e interessantes, quando eu crescer vou para o Egito para conhecer mais dessa civilização tão bonita e curiosa.
    Esse texto é incrível! Estou curiosa para conhecer o próximo capítulo da apostila e explorar outras civilizações. Estou fazendo com o meu pai e ele aprendeu também!
    Gabriel Ap. Israel Tudela.
    6ºAMM -colégio ser!sorocaba.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parabéns Gabriel, excelentes ponderações!!! Profª Marilia Coltri.

      Excluir
  16. Marília,

    Achei muito interessante conhecer a antiga civilização egípcia.
    Os egípcios da antiguidade eram muito sábios porque acreditavam na vida depois da morte e também muito religiosos porque acreditavam em vários deuses.
    Também achei interessante a escrita egípcia feita por hieróglifos.
    Essas imagens representavam sons e registravam a história das pessoas importantes do Egito antigo.

    Ivan Gabriel Paiva Alday
    6º ano Sérgio Klein

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bem, Ivan; gostei muito das suas colocações. Profª Marilia Coltri.

      Excluir