"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios

"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém [...]". (Carta do Apóstolo Paulo aos cristãos. Coríntios 6:12) Tudo posso, tudo quero, mas eu devo? Quero, mas não posso. Até posso, se burlar a regra; mas eu devo? Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, ética é o conjunto de valores e princípios que [todos] usamos para definir as três grandes questões da vida, que são: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero. Cortella complementa "Quando temos paz de espírito? Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009). Imagem Toscana, Itália.































quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ATIVIDADE DO A.P.E - TRIMESTRAL - 6ºs ANOS - COLÉGIO SER

Perguntas Filosóficas


Uma das riquezas destas sessões de Filosofia Prática, quer com adultos quer com crianças, está na profundidade e alcance das perguntas filosóficas com que nos vemos confrontados. Algumas (muitas) dessas perguntas têm a capacidade de nos impressionar simplesmente por terem sido colocadas, mas também pela enormidade e profundidade das respostas que pedem.

A nossa aptidão para o trabalho filosófico pode ser aferida tanto pelo gosto que temos pelas perguntas em si mesmas quanto pela vontade que demonstramos em tentar responder-lhes. E a verdade é que nestas sessões enfrentamos e tentamos encontrar respostas (da melhor maneira que conseguimos) a muitas e difíceis perguntas filosóficas uma e outra vez sem nunca desistirmos. Outras vezes, porém, devido a limitações inultrapassáveis de tempo e de método, somos forçados a deixar  algumas perguntas de lado “para discutirmos numa outra altura”, costumamos dizer.

O que se segue é uma lista (sempre actualizada) de algumas das perguntas que vão surgindo durante as nossas sessões. Deixo um (link) para aquelas que numa ou noutra sessão procurámos aprofundar e responder (e que ficaram registadas por escrito ou em vídeo). Todas as outras, parafraseando um amigo meu músico, são a parte branca do nosso fiambre filosófico e deixo-as aqui registadas para serem encaradas como um convite ao pensamento que há de vir.

Cada uma destas perguntas daria para várias horas de conversa filosófica. Experimente!

- O Universo é consciente?
- O Nada é perfeito?
- A espécie humana tem evoluído para melhor?
- O que é ser homem?
- Para que serve o homem?
- As pessoas mudam?
- É possível “não estar em mim”?
- Podemos ser felizes sozinhos?
- Somos aquilo que parecemos?
- “O que é verdade para mim não é verdade para ti”. Concordas?
- A ciência pode conhecer o amor?
- O que é uma pessoa bem sucedida?
- O que é pensar por si próprio?
- Há algo impossível de pensar?
- A realidade é lógica?
- O que torna uma ação justa?
- O que é uma sociedade aberta?
- O que é ter liberdade de expressão?
- A sociedade corrompe o homem?
- Educar é melhorar os indivíduos?
- Somos todos filósofos?
- Por que acreditamos no que acreditamos?
- As coisas poderiam ter sido diferentes do que são?
- Como é que nos conhecemos a nós próprios?
- Qual o melhor acesso ao conhecimento de mim mesmo?
- Os animais pensam?
- A ciência é como uma religião. Concorda?
- O conhecimento tem limites?
- Existe um sentido da vida?
- Para conhecer as partes temos de conhecer o todo. Concorda?
- Para conhecer o todo temos de conhecer as partes. Concorda?
- Pensar é dialogar com a incerteza. Comente.
- Podemos ser felizes sozinhos?
- Somos o que aparentamos?
- Hoje não estou em mim. Comente.
- Só devemos acreditar no que vemos?
- A nossa vida tem objectivo?
- Qual o nosso lugar no universo?
Pensamos melhor quando estamos desprendidos ou sóbrios?
- Que finalidade desejaríamos para a nossa vida?
- Há um uso correto para a nossa vida?
Porque é que existe o ser em vez do nada?
- É necessário acreditar no que nos dizem os professores?
- É sempre possível conhecer melhor uma coisa?
- Os adultos sabem mais que as crianças?
- Todas as opiniões valem o mesmo?
- A verdade não pode ser posta em causa?
- Só a ciência nos diz a verdade?
- Quanto mais estudamos mais sabemos?
- Há coisas que não devemos saber?
- Nada é o que parece?
- Só sabemos o que nos ensinam?
- O Bem existe?
- O Bem e o mal são opiniões?
- Bem e Mal são reversíveis?
- Por que é que somos maus?
- Bem e mal são construções?
- Podemos ser bons e maus ao mesmo tempos?
- Bem e mal são conceitos absolutos?
- O que é o Bom?
- O que é a Beleza? 
- Há varios tipos de beleza?
- Qual a origem da beleza?
- A beleza está dentro ou fora de quem a vê?
- O que faz de algo “algo belo”?
- A beleza é influenciável?
- Necessitamos da beleza?
- Por que é que precisamos da beleza?
- As palavras apontam para a realidade?
- O mundo é dual?
- A filosofia é necessária?
- O que é o conhecimento?
- É necessário definir algo para o conhecer?
- Só pode ser filósofo quem sabe o que é a filosofia?
- Há pensamentos sem palavras?
- O conhecimento leva à felicidade?
- A felicidade é o fim última da existência?
- O que é ser feliz?
- A verdade faz-nos felizes?
- A ignorância traz felicidade?
- Somos os nossos melhores juízes?
- O conhecimento espelha a realidade?
- A filosofia dá-nos a verdade?
- Somos mais o que sonhamos ou o que fazemos?
- O homem é mau por natureza?
- Por que é que existimos?
- O que havia antes do universo?
- Podemos ser imortais?
- O que nos faz humanos?
- Tudo tem uma razão de ser?
- O nada é alguma coisa?
- A vida é um caótica ou ordenada?
- Existe o destino?
- Existem a sorte e o azar?
- Somos independentes?
- Sei que existo?
- O que é a coragem?
- É possivel viver plenamente?
- As aparências são sempre superficiais?
- Somos mais que aquilo que aparentamos?
- Há mais realidade para além da aparência?
- Pensamos tudo aquilo que dizemos?
- Podemos dizer tudo aquilo em que pensamos
- O que há de mais básico?
- Há vidas sem valor?
- O que dá valor à vida?
- Somos eternos?
- Podemos saber se existimos?
- Ser feliz é ter prazer?
- Prefere a felicidade ou o prazer?
- Podemos encaminhar os homens para a felicidade?
- Por que queremos ser felizes?
- Como ser felizes?
- O que salvava de um incêndio, um desconhecido ou a Guernica?
- Trocaria a filosofia pelo sofrimento humano?
- Vale a pena viver?
- A arte deve ser agradável?
- O que nos dá melhor conhecimento do mundo: a ciência ou a arte?
- A arte liberta-nos?
- Há alguma relação entre o Belo e a Verdade?
- O que há de mau na liberdade?
- O que é ser autónomo?
- Hoje há menos valores que há 50 anos?
- Um incêndio pode ser belo?
- O conhecimento é uma construção ou uma descoberta?
- O triângulo foi descoberto ou inventado?
- O que é viver autenticamente?
- Os estereótipos são úteis?
- Há algo de verdadeiro nos estereótipos?
- O que é a virtude?
- O conhecimento leva-nos ao bem?
- Somos os únicos responsáveis pelas nossas vidas?
- É bom ter uma educação académica?
- O que é fazer as coisas “à minha maneira”?
- Somos mais que uma pessoa ao longo da vida?
- Há diferença entre ser um indivíduo e ser uma pessoa?
- O que te define? (trabalho, família, nome, hobbies, etc.)
- És aquilo que fazes?
- O que é uma mente aberta?
- É difícil comunicar?
- Quais os limites da comunicação?
- É melhor pensar sozinho ou em grupo?
- Por que é que construímos fronteiras?
- As palavras criam mundos?
- A tecnologia impede a comunicação?
- Tendo em conta o sofrimento humano, é bom haver humanidade?
- Para quê revelar a nossa intimidade?
- Podemos pensar sem linguagem?
- Há coisas que não podem ser ditas?
- É mau revelar a nossa intimidade?
- Tendo em conta o sofrimento humano, é bom haver vida?
- O que salvavas de um incêndio no Louvre: um homem ou todas as obras de arte?
- O que é preciso para ser feliz?
- O que nos torna mais livres?
- Podemos forçar os homens a ser felizes?
- O que nos conduz à verdade?
- Seria bom podermos controlar totalmente o nosso destino?
- Seria bom ser eterno?
- Ser livre é fazer o que queremos?
- É possível ser totalmente feliz?
- Podemos ter a certeza de que existimos?
- Podemos enganar-nos quanto à nossa felicidade?
- O que dá valor à vida?
- O que há de mais fundamental?
- Podemos dizer tudo aquilo em que pensamos?
- O conhecimento espelha a realidade?
- A ignorância traz felicidade?
- O conhecimento traz felicidade?
- A felicidade é o principal fim do ser humano?
- A verdade conduz à felicidade?
- O que é ser feliz?
- O que é uma vida boa e como a podemos alcançar?
- O que faz com que a vida valha a pena ser vivida?
- Seria bom viver eternamente?
- Seria bom que a nossa vida se repetisse eternamente?
- A verdade é um ponto de vista?
- As coisas são verdadeiras?
- O que é a Verdade?
- O que nos faz felizes?
- A sabedoria conduz à felicidade?
- O prazer conduz à felicidade?
- A felicidade é alcançável?
- É preferível a verdade ou a felicidade?
- O que faz com que uma vida valha a pena ser vivida?
- Preferias viver só com a razão ou só com as emoções?
- O “bom” é o que dá prazer?
- A moral opõe-se ao emocional?
- É pior sofrer um mal ou infligi-lo?
- Seria bom termos tudo o que queremos?
- A filosofia é uma arte?
- A filosofia é uma ciência?
- Os animais sabem que existem?
- A filosofia conduz à verdade?
- Para que serve a filosofia?
- A filosofia conduz à liberdade?
- É legítimo acreditar em Deus sem provas?
- A vida é simples?
- O pensamento tem regras?
- Criamos as nossas próprias regras?
- Quem deve fazer as regras?
- O que é ser racional?
- O que é estar enganado?
- É possível sermos autênticos?
- A filosofia é subjectiva?
- A filosofia liberta-nos?
- As emoções libertam-nos?
- A razão liberta-nos?
- O que é a perfeição?
- A perfeição existe?
- Há seres humanos perfeitos?
- Por que são precisas regras?
- Quando é que precisamos de regras?
- Quando é permitido mentir?
- Quando devemos ser altruístas?
- Quando devemos ser egoístas?
- Quando é que devemos aceitar a autoridade?
- O que é viver bem?
- Quando é que a vida tem sentido?
- A morte é compatível com o sentido da vida?
- Como distinguir verdades de pontos de vista?
- Há verdade absolutas?
- Existem valores absolutos?
- Todos os valores são subjectivos?
- Um daltónico sabe o que é vermelho?
- Quando é que devemos ajudar os outros?
- O que fazer para nos tornarmos mais virtuosos?
- O que é ser responsável?
- Escolhemos o nosso futuro?
- Podemos justificar juízos de valor?
- Somos responsáveis pelo nosso futuro?
- O que é a amizade?
- Como nos podemos tornar seres humanos mais livres?
- Há conhecimentos filosófico?
- Podemos controlar o nosso destino?
- Quando é que o ressentimento é um sentimento bom?
- Por que é que a religião conduz à guerra?
- Há beleza sem seres humanos?
- Há beleza noutras galáxias?
- O belo existe?
- Onde está a beleza?
- A beleza é um sentimento?
- A beleza é uma ideia?
- O belo conhece-se?
- O belo pode ser feio?
- O que é a beleza?
- A cidade abre-nos horizontes?
- O conhecimento depende da experiência?
- O que é uma pessoa?
- Existem vários tipos de pessoas?
- Que tipos de pessoas há?
- A consciência liberta-nos?
-  A filosofia ensina-se?
- Podemos conhecer a realidade?
- Os homens são todos iguais?
- Há homens inferiores?
- Somos racionais?
- Queremos ser livres?
- Há conhecimento falso?
Eu existo?
- Existimos antes de nascer?
- Existimos depois de morrer?
- A arte perpetua-nos?
- É possível falar sobre nada?
- Obrigações são regras?
- Quem deve fazer as regras?
- Há regras sem castigos?
- O que é o óbvio?
- Os homens são máquinas?
- Os animais riem-se?
- Os homens são todos iguais?
- A morte é uma certeza?
- O que é uma vida com sentido
- É possível viver sem regras?
- Podemos viver sem leis?
- Devemos seguir sempre as regras?
- Quem deve governar?
- Os outros podem mandar em nós?
- Podemos mandar nos outros?
- Há homens inferiores?
- Podemos castigar quem nos faz mal?
- Que regras devemos seguir?
- Os instintos podem estar certos ou errados?
- Quando é que devemos ser egoístas?
- Quem pode ter liberdade?
- É sempre bom ter liberdade?
- O que é que nós temos para sermos seres com liberdade?
- Para que serve a liberdade?
- O mundo seria melhor se todos tivessemos liberdade total?
- Quanto custa a liberdade?
- A morte é o fim?
- A morte é a única certeza que temos na vida?
- Deus serve para alguma coisa?
- Deus existe?
- A natureza humana existe?
- Deus pode morrer?
- Existe vida para além da morte?
- Por que é que nos preocupamos com o passado?
- Por que é que nos preocupamos com o futuro?
- Quem somos agora determina quem vamos ser amanhã?
- Há mente sem ideias?
- Qual a diferença entre a ganância e a ambição?
- Por que existe o terrorismo?
- Por que é que os EUA são o principal alvo de terrorismo?
- O que é que os terroristas ganham com o terrorismo?
- A guerra é algo mau?
- Quando é que uma imagem vale mais do que mil palavras?
- Um criminoso é livre para não cometer um crime?
- É perigoso seguir regras?
- Como sabemos que regras seguir?
- Há beleza sem seres humanos?
- Qual o interesse em conhecer pessoas belas?
- Temos o direito de castigar quem nos faz mal?
- Há verdade na música?
- Podemos alguma vez ser cruéis?
- As vacas são brancas e pretas?
- A água é indispensável ao ser humano?
- A religião é uma filosofia?
- A vida precisa de um sentido?
- Pode o sentido da vida parecer sem sentido?
- Qual o poder dos sentidos sobre a vontade?
-O que é a beleza?
- A suma bondade é compatível com a punição da maldade?
- As sombras existem?
- Quando é que o silêncio é conflituoso?
- O que significa ter razão?
- Amamos o que é belo ou consideramos belo o que amamos?
- O que é a satisfação?
- O que é a insatisfação?
- A filosofia conduz-nos à verdade?
- A vida humana pode ter um preço?
- O que é a justiça?
- Para que servem os mortos?
- Os sentimentos são conhecimento?
- Só os seres humanos falam?
- Só os seres humanos conhecem?
- Podemos conhecer algo inconscientemente?
- É importante conhecermo-nos a nós mesmos?
- A certeza é a verdade?
- O óbvio é a verdade?
- Podemos ver uma coisa sem a ver?
- É importante conhecermos a verdade?
- O que é a vergonha?
- O que é a culpa?
- Podemos ter opiniões objectivas?
- Certeza é verdade?
- O futuro pode influenciar o passado?
- Posso sobreviver à morte do meu corpo?
- Quando devo perdoar?
- O que é a alienação?
- O que é a amizade?
- O que é ser amigo?
- Quando é que o meu eu-pessoal se opõe ao meu eu-social?
- O que é ser virtuoso?
- O que é a angústia?
- O que é uma pessoa?
- Seria bom se conhecessemos tudo?
- O que nos faz pensar?
- É possível ter a certeza de alguma coisa?
- É possível conhecer a verdade?
- O real é pensável?
- Toda a ignorância é igual?
- Devemos silenciar as opiniões erradas?
- O que é conhecer algo?
- Não provar a culpa prova a inocência?
- Quando é que devemos evitar a verdade?
- O que é a transparência?
- O que é a liberdade?
- As regras limitam a liberdade?
- Quem sou eu?
- O que é um “eu”?
- Uma criança que não fale é um “eu”?
- Quantos “eus” há?
- O que é que em mim é só meu?
- O que é que em mim é dos outros?
- Eu sou o meu corpo?
- Eu sou os meus pensamentos?
- Há verdade sem conhecimento?
- Há conhecimento sem verdade?
- Existem vários tipos de verdades?
- Existe verdade sem linguagem?
- Para que serve a verdade?
- É possível pensar sem qualquer referência à verdade?
- É possível pensar sem qualquer referência aos valores?
- Devemos confiar na nossa consciência?
- Devemos confiar nos nossos instintos?
- Podemos violar todas as leis?
- O presente é mais real do que o passado e o futuro?
- O óbvio é o verdadeiro?
- Os pensamentos podem doer?
- Se tudo tem um fim o que é que tem valor?
- Existe o nada?
- Pode ser legítimo matar?
- Há arte sem beleza?
- A beleza é importante para nós?
- Há verdade no erro?
- Podemos conhecer tudo o que há?
- O tempo é real?
- O amor é cultural?
- A vida vale a pena?
- A filosofia pode ser prática?
- O que é a filosofia?
- O outro é um limite à minha liberdade?
- Porque existe o mal?
- Existe o bem e o mal?
- A vida tem sentido sem Deus?
- Por que é que a vida ganha sentido com Deus?
- Somos livres?
- Perguntas filosóficas podem ter respostas empíricas?
- A filosofia depende da ambiguidade dos termos?
- Pode a filosofia morrer?
- Os conceitos podem ser bonitos?
- É possivel criar uma necessidade?
- É melhor filosofar sozinho ou acompanhado?
- O que é a beleza para um cego?
- Os homens são máquinas?
- O que é ser bom?
- Quando é que a segurança limita a liberdade?
- As regras limitam a minha liberdade?
- Um escravo pode ser livre?
- A filosofia opõe-se à vida?
- A filosofia conduz à felicidade?
- O objectivo da filosofia é a felicidade?
- O amor traz felicidade?
- A poesia pode ser filosofia?
- O homem descobre-se ou inventa-se?
- Em que é que filosofar se equipara a morrer?
- As ideias podem impedir-nos de pensar?
- A nossa personalidade impede-nos de pensar?
- A arte é uma linguagem?
 - As crianças sabem fazer filosofia?
- O “Penso logo existo” é necessáriamente verdadeiro?
- Sem ideias haveria beleza?
- A aparência influencia a maneira de ser?
- Somos todos filósofos?
- Quando é que a vida tem sentido?
- Qual a origem das ideias?
- O tempo existe independentemente de nós?
- As ideias são reais?
- Qual a realidade das ideias?
- As ideias reflectem a realidade?
- Existem verdades absolutas?
- Existem verdades morais?
- Existem unicórnios?
- Podemos ter a certeza que existimos?
- Podemos ter a certeza que o mundo existe?
- A Terra é ésférica?
- Os gostos discutem-se?
- Devo acreditar na minha mãe quando ela me diz que não posso ser filósofa?
- O que pensamos define-nos?
- A linguagem revela-nos o mundo?
- Temos acesso directo às nossas ideias?
- Somos a mesma pessoa desde que nascemos?
- A inconsciência de um louco torna-o livre?
- Onde é que as palavras se encontram com as coisas?
- A ciência mostra-nos a realidade?
- De que forma a imprecisão mental pode influenciar a solução de problemas?
- A verdade é a realidade?
- Conhecemos melhor através dos sentidos ou através das ideias?
- O que é o sentido da vida?
- Podíamos viver sem ideias?
- Podíamos viver só com as ideias dos outros?
- Devo obedecer sempre aos meus pais?
- Podemos ter ideias confusas?
- O que é uma ideia?
- Qual a origem das ideias?
- Ser livre é fazer tudo o que queremos?
- O outro favorece a minha liberdade?
- Para ser livre basta ser independente?
- A liberdade adquire-se?
- Podemos obedecer e ser livres?
- A liberdade é um estado de espírito?
- O que é a liberdade?
- A morte é um limite à liberdade?
- O estado é inimigo da liberdade?
- A arte liberta-nos?
- A arte pode impedir a nossa liberdade?
- Somos livres para mudar?
- O mundo é um obstáculo ou um veículo da nossa liberdade?
- O que é uma pessoa?
- Existem pessoas não humanas?

*nota final: algumas destas perguntas podem não ser consideradas ”perguntas filosóficas” uma vez que a sua resolução passa por uma investigação empírica. No entanto, como poderão verficar pela discussão para que remetem, mesmo perguntas como “A terra é esférica?” ou “As vacas são brancas e pretas?” servem para trabalhar as competências filosóficas dos alunos.

Vamos trabalhar nossas competências filosóficas?

Escolha quatro das perguntas filosóficas disponibilizadas anteriormente e tente respondê-las. Faça a atividade em dupla, ok!
Repita as perguntas escolhidas antes de realizar o comentário.
Não esqueça de identificar seu post com:

Nome completo, turma, Colégio Ser - Sorocaba.

Boas reflexões filosóficas!
Profª Marilia Coltri.

Disponível em http://filosofiacritica.wordpress.com/8-perguntas-filosoficas/. Acesso em 28/11/2012.

sábado, 13 de outubro de 2012

A praga do plágio acadêmico



 


Resumo

O texto discute a prática do plágio em trabalhos feitos por estudantes universitários. O fenômeno é visto como resultante, em grande medida, de facilidades oferecidas nos dias de hoje pelos meios digitais e também por deficiências na formação e desinformação por parte dos discentes e docentes. Ressalta-se ainda o prejuízo que essa prática causa ao próprio aluno e, de modo a contribuir para a superação do problema, define-se o que é o “plágio” e são expostos meios de evitá-lo.


Palavras-chave: Plágio; Educação; Docência; Direitos autorais; Trabalhos estudantis

 



1. Introdução


Há cinco anos, numa reunião científica onde foi apresentado um texto sobre a figura do ghost writer, uma docente de uma universidade bem conceituada pediu a palavra, na fase de debates. Desculpou-se por externar uma preocupação que era apenas marginal ao texto (a venda de monografias), ou seja, uma das modalidades do plágio acadêmico. E, em sua fala preocupada, transmitiu informações sobre a disseminação desse desvio por parte dos estudantes de sua instituição. Pouco a pouco, os presentes à reunião (docentes de faculdades e universidades) fizeram relatos, mais ou menos dramáticos ou desapontados, sobre experiências parecidas.

 

A discussão que foi feita então produziu dois consensos, no nosso entender, ainda válidos: que o aumento dessa prática condenável está correlacionado à expansão da Internet, e que situações similares também existiram antes e, de modo paradoxal, eram mais difíceis de serem percebidas no ambiente pré-rede. Atuando na função docente, nessa época, recebemos uma resenha de livro muito bem escrita por um aluno relativamente ausente de um curso. E, como outros educadores versados nessa possibilidade, ao digitar uma frase do texto, entre aspas, num buscador na Internet, constatamos o plágio e invalidamos o trabalho.

 

Como esperado, em função do aumento da população estudantil universitária e dos usuários de computador, a preocupação com o tema amplificou-se, nos últimos anos. Reportagens da imprensa (Folha de S.Paulo, 2006; Garschagen, 2006; Rabelo, 2006; Goulart, 2007) e textos de educadores (Oliveira, 2005; Silva, 2006) documentam e discutem essa situação, que não é só brasileira. Os textos chamam ainda a atenção sobre fraudes na elaboração de trabalhos acadêmicos inclusive no nível pós-graduado (Garschagen, 2005).

 

Assim, docentes e instituições procuram precaver-se e estas criam procedimentos, visando coibir os plágios. A preocupação principal diz respeito, em parte, à quebra na relação de confiança entre educadores e educandos, base da ação pedagógica, que a ocorrência de trabalhos com vícios revela. No entanto, há uma outra faceta da questão, não menos grave, mas certamente muito típica de países (como o Brasil) nos quais as práticas de leitura e escrita, e a própria educação, apresentam deficiências.



 


2. A questão da formação



No ano passado, percebemos esta outra dimensão do problema, quando solicitamos um trabalho a segundo anistas de uma faculdade e recebemos, majoritariamente, trabalhos com plágios a textos da Internet. Ao discutir a questão com os alunos, notamos que (no caso em questão) se poderia falar em “plágio involuntário”. Não era clara para os alunos a ideia de que, ao atribuir a si mesmos a autoria de produções intelectuais de outros, incorriam em plágios. Isso aponta para uma realidade negativa do ensino, representada, em particular, pela errônea associação entre “pesquisa” e “cópia” não refletida. Porém, é claro, era uma situação diferente da anterior.


 

Assim, alteramos o conteúdo do curso, de modo a discutir a questão da redação do trabalho acadêmico, para tanto utilizamos o quinto capítulo (“A Redação”) de um livro de Umberto Eco (1992). Aliás, estratégias, como essa, são recomendadas a quem passe por situações parecidas; e é esta também a atitude de outros educadores que assumem uma postura ativa frente ao problema (vide reportagem do site Universia, 2005).

 

Bem diferente disso é a atitude de indiferença que observamos, por vezes, em certos discursos docentes. Alguns, por trás de uma postura populista ou paternalista de “fechar os olhos”, estão sendo, na verdade, profundamente elitistas. O subtexto parece ser o seguinte: a certos estudantes é dado o direito de produzir conhecimento de modo rigoroso, sério e consistente; a outros, nem vale a pena explicar como fazer.

 

Há o caso de outros profissionais do ensino (segundo o relato que ouvimos de uma colega) que chegam a defender os plágios, já que o estudante “teve o trabalho de pesquisar (sic)”. Se por “pesquisa” se entende a localização de informações, houve pesquisa. No entanto, se por esse termo entendemos uma produção intelectual que, sem ignorar o estado da arte sobre determinado tema, revele um processo de questionamento e reflexão (do qual resultem sínteses pessoais), é certo que não.

 

Em outro caso bastante pitoresco contado por outra colega, um aluno defendia-se da acusação de plágio, ao dizer que concordava com a integralidade do texto copiado. Não seria suficiente explicar-lhe que entre concordância e autoria há uma distância bem larga? Ou dizer-lhe que o plágio configura um crime tipificado, ao violar direitos autorais? Que existem formas de manifestar concordância com a opinião de outrem que são diferentes do plágio? Ocorre que para alguns docentes fazer tais explicações talvez pareça uma tarefa “menor”, já que os estudantes de ensino superior, em tese, já deveriam, ao longo de seu processo educativo, ter internalizado esse conhecimento. Isso ocorre para todos?

 

No nosso entender, infelizmente, não; portanto um professor que não procure, com clareza, explicitar aspectos como os mencionados, a cada situação necessária, estará falhando em seu papel como educador. Devemos ser capazes de formar competências gerais e comuns, entre elas, a produção textual acadêmica (ou escolar) rigorosa e ética. Por isso é imperioso explicar porque determinada produção, eventualmente, foge a tais parâmetros.



 

 

 

 

3. Autoria e competência discursiva



Por mais que possamos discutir o conceito de autoria (e, de fato, isso pode ocorrer no atual ambiente digital), isso exclui o plágio. É necessário apontar o que faz de um sujeito o produtor pleno de uma obra textual, ou seja, facultar a cada sujeito a possibilidade de se tornar um autor. É claro, que “a construção do autor não se dá sem a formação do leitor, visto que depende das histórias de leitura do sujeito sua competência discursiva, a fim de que se constitua, de fato, co-autor de textos lidos e produzidos” (Silva, 2006, 10). Em outras palavras, é a conquista da competência discursiva que, num longo processo educativo, transversal às disciplinas, mostra-se central.


 

Espera-se, pois, que os professores possuam, eles próprios, essa competência para facilitar essa aquisição aos educandos. Mas o que acontece quando sequer parte dos professores têm bem consolidada essa capacidade ou clareza sobre o que isso significa? Isso é evidenciado por depoimentos como o do professor que, ao participar da avaliação de um trabalho de conclusão de curso, percebeu que a orientadora do mesmo “considerava o procedimento de cópia de trabalhos alheios uma coisa normal e corriqueira” (Lourenço, 2004). Em nossas experiências em EAD, na formação continuada de professores, também notamos deficiências nesse sentido.

 

É nesse contexto que devemos atuar, e a única atitude ética, no caso, é o reforço à ação pedagógica (também na formação dos docentes) que se respalde na transmissão de boas práticas de produção textual, para, algum dia, exterminar a praga do plágio. Esta prática prejudica, em particular, os estudantes que dela se utilizam, pois o plágio acaba tendo como resultado perverso, para o educando, o “roubar de si mesmo a possibilidade de um outro pensar, da inventividade [o que] é um preço muito caro que o sujeito tem a pagar” (Silva, 2006, 4).

 

Em outras palavras, é preciso insistir que o educando é o principal prejudicado ao renunciar a (ou lhe ser negada a possibilidade de) constituir-se como autor – ainda que somente (e isso não é pouco) ao analisar/criticar/ sistematizar textos alheios, num processo reflexivo, contudo, pessoal. É essa a garantia da aquisição/produção de um conhecimento qualquer (que geralmente os trabalhos solicitados procuram aferir) que, por sua vez, reforça a competência discursiva do sujeito.

 

Feitas essas considerações, creio que um segundo nível, de caráter mais prático, da contribuição desse texto deve ser a explicação mais detalhada sobre o que define o plágio (e sua diferenciação em relação à citação), tipificação penal e meios de evitá-lo.



 


4. A citação e o plágio



O conhecimento humano, em suas produções mais sofisticadas como a ciência (que se pretende universal), é essencialmente coletivo. É impossível que um aspirante a produtor de conhecimento não lide com as reflexões, idéias, informações e dados de outros sujeitos, mesmo que para submeter à crítica algum desses aspectos. Desse modo, a prática da remissão a outros textos e autores é constitutiva do modo de produção do trabalho intelectual mais elaborado, que o ambiente universitário procura promover.


 

A citação a outros autores constitui um dos procedimentos mais característicos do texto crítico. Ela garante o ingresso do autor na “rede intertextual” relativa a determinado tema ou questão. Por isso, na produção acadêmica, a citação a idéias de outros autores, relevantes à discussão do trabalho, deve ser precisa e averiguável. Isso garantirá que o leitor possa – se quiser – checar o contexto geral da citação e a fidelidade com que a mesma foi feita. Nesse sentido, é que Eco (1992) vê a citação como uma “testemunha num processo”. Decorrem dessa preocupação, as recomendações dos diferentes sistemas (ABNT, Vancouver, ISO) quanto ao modo de produzir Bibliografias e Referências Bibliográficas.

 

Ressaltado esse caráter coletivo do trabalho intelectual crítico, observa-se que isso não chega a diluir o conceito da autoria (nem mesmo o de originalidade) de um texto. Ou seja, determinado autor (ou eventualmente autores) que se utiliza de idéias de diferentes sujeitos produzirá um trabalho cuja originalidade é garantida pela seleção, modo peculiar de exposição e interpretação dada ao seu objeto. Isso ocorre igualmente em termos temáticos e das idéias propostas e/ou utilizadas a partir de outros autores.

 

Em resumo, a citação, que podemos agora definir como a atribuição da fonte a uma ideia ou conteúdo, não é um empecilho ao trabalho autoral, nem se confunde com o plágio. A própria Lei de Direitos Autorais (nº 9.610/98) permite o uso de trechos de qualquer tipo de trabalho desde que seja indicada a autoria e procedência do mesmo.

 

Cabe ainda notar que a citação pode ser indicada de duas maneiras. A partir da transcrição de trechos literais de um texto, geralmente entre aspas ou outro sinal demarcador, como a fonte em itálico. O segundo método remete às paráfrases, ou seja, quando o autor da citação coloca a idéia de outrem em suas palavras, sem deixar, contudo, de citar a fonte (exemplos claros podem ser vistos em Eco, 1992, 128-9).

 

De outro lado, o plágio caracteriza-se como uma falsa atribuição de autoria, uma apropriação indevida de trabalho de um autor por outro indivíduo (o plagiário). Em outras palavras, trata-se da cópia de idéias ou conteúdos de trabalhos de outra pessoa, que são utilizados como se fossem daquele que finge ser o autor legítimo dos mesmos. É interessante notar que a origem etimológica da palavra (do grego “plagios” ao latim “plagiu”) carrega acepções que ilustram o conceito: “oblíquo”, “dissimulado”, “trapaceiro”.

 

“Nesse sentido”, nota Ferrari (2005), “a etimologia demonstra que plágio está diretamente ligado ao efeito ético e moral, logo, deve-se entender que não há níveis de interpretação. Incorreto é o não correto e pronto. Não há interpretações extensivas e paralelas”.

 

Também é fundamental notar que o plágio resulta numa violação de diretos autorais do autor plagiado. E esta ação configura, na linguagem jurídica: “Mais do que um ilícito civil, uma vez que afronta direito de personalidade do autor, constitucionalmente garantido, [...] nos deparamos também com um ilícito criminal gravíssimo” (Furtado, 2002). Como explica o autor citado, a violação de direito autoral é um crime previsto no artigo 184 do Código Penal, cuja penalidade envolve detenção e multa.

 

Tendo explicitado no que consiste o plágio na produção textual, podemos avançar, notando que o mesmo possui diferentes facetas, no cotidiano acadêmico, como:

- A compra ou furto de um trabalho na íntegra;

- A apropriação (sem citação), em determinado texto, de trecho(s) de certa(s) obra(s);

- A “falsa paráfrase”, ou seja, a cópia de texto de um autor, feita sem a indicação de citação integral (aspas ou formatação), mesmo que se informe que a idéia ou trecho provém do autor de que foi feita a cópia.

 

Sem dúvida, o primeiro caso é o mais grave e irremediável em termos de falha ética. Nos outros dois casos, em particular no último, pode existir um caráter “involuntário” no plágio. No entanto, o que é claramente recomendável é que os trabalhos sejam submetidos a análises e revisões (por seus autores e orientadores), antes de sua finalização, de modo a eliminar a possibilidade de plágio, pelos motivos apontados.

 

Concluindo, pode-se dizer que o papel do educador para coibir o plágio, além do acompanhamento na elaboração dos trabalhos de seus alunos, está ainda relacionado com a transmissão de informações sobre o plágio. Nesse sentido, é também válido que as instituições de ensino busquem esclarecer e informar os alunos e docentes sobre esse ilícito e adotem procedimentos que desestimulem sua prática. Como observa Furtado (2002):

Agir com respeito perante não somente àquilo que se propõe a produzir com seriedade, mas igualmente em relação às fontes pesquisadas, às idéias consultadas, aos pensamentos, reflexões, pontos de vista, propostos em estudos e pesquisas já feitas, que recorrera para melhor ilustrar, fundamentar ou enriquecer o seu trabalho científico, é o mínimo que podemos esperar de alguém voltado para o conhecimento.



 
 *Doutor em Ciências da Comunicação (ECAUSP). Docente do curso de Publicidade e Propaganda da FAMEC e pesquisador do Núcleo de Pesquisa do Mercado de Trabalho em Comunicações e Artes (NUPEM) da ECA/USP.

 

Referências bibliográficas

 

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo, Perspectiva, 1992, 9ª edição.

 

FOLHA de S.Paulo. Oxford alerta para aumento de plágio entre alunos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 14 mar. 2006. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

FERRARI, Alexandre Coutinho. Plágio de textos e a editora de livros. Doutor D. 17 jun. 2005. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

FURTADO, José Augusto Paz Ximenes. Trabalhos acadêmicos em Direito e a violação de direitos autorais através de plágio. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, nov. 2002. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

GARSCHAGEN, Bruno. Comércio de teses e dissertações atrai pós-graduandos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 07 nov. 2005. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

______________. Universidade em tempos de plágio. NoMínimo. 29 jan. 2006. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

GOULART, Guilherme. O golpe das monografias. Correio Braziliense, Brasília, 28 mar. 2007. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

LOURENÇO, Alexandre. Plágio, direito autoral e registro legal de obras. Microbiologia, 2004. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

OLIVEIRA, José Palazzo M. de. Plágio eletrônico e ética. Educação, Computação e Web. Dez. 2005. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

RABELO, Camila. Idéias roubadas. UNB Agência, Brasília, 14 jul. 2006. Disponível aqui.  Acesso em 19 de jun. 2007.

 

SILVA, Obdália Santana Ferraz. Entre o plágio e a autoria: qual o papel da Universidade? 29ª Reunião Anual da Anped, Caxambu, 2006. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007

 

UNIVERSIA. Como lidar com o plágio em sala de aula. Universia Brasil, 08 mar. 2005. Disponível aqui. Acesso em 19 de jun. 2007.

 

 

Publicado originalmente na Revista Científica FAMEC/FAAC/FMI/FABRASP. Ano 6, n. 6, 2007, pp. 44-48.

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

“SÓCRATES ERA AFINAL UM GREGO?”




Flávio L. T. S. Boaventura*

RESUMO
Quando se trata de estudar o pensamento socrático, o mais comum é recorrermos exclusivamente à obra de Platão. E, por mais ampla e controversa que ela seja, até certo ponto é compreensível que dela fabriquemos uma imagem idealizada da figura de Sócrates. Quando, porém, nos deparamos com o pensamento de um filósofo como Nietzsche, desde logo percebemos que Sócrates não pode ser considerado “filósofo”, sequer “filósofo grego”. Com efeito, o texto nietzscheano vai nos apresentar um Sócrates eminentemente lógico e teórico, portador de uma pretensa “verdade absoluta” que corromperia o espírito trágico da vida. Em linhas gerais, então, não será exagero afirmar que a obra de Nietzsche é um árduo combate ao pensamento socrático instalado no Ocidente desde Platão.
PALAVRAS-CHAVE: Nietzsche. Sócrates. Pensamento trágico.


ABSTRACT
When concearning about studying socratic thought,we usually use only Plato´s work.
Although it is larger and more controverse, it is understandable that we produce an ideal image of Socrate´s figure judging from Plato´s work. When facing thought of a philosopher such as Nietzsche, we soon realize that Socrate can not be considered a “philosopher”, much less a “ greek philosopher”. With effect, Nietzsche’s work will present us a very logical and theorical Socrate, who has a pretention of “ absolute truth” what would damage the tragic spirit of life.So,generally, it´s not much to say that Nietzsche´s work is a hard combat to socratic though, that was established in the Ocident since Plato.
KEY-WORDS: Nietzsche. Socrate. Tragic thought.



Em sua primeira fase, Nietzsche foi um filósofo que teve como questão primordial o destino da arte e da cultura modernas. Nessa ocasião, fortemente seduzido por Schopenhauer (e sua metafísica da vontade) e pela música wagneriana, toma para si um desafio imperioso: lutar contra as tendências culturais vigentes em seu tempo, herança de

“uma confiança ingênua nas ideias de evolução e progresso lógico ou natural, no curso dos quais a humanidade teria alcançado um estágio de desenvolvimento em que estaria em condições de, humanizando a natureza e racionalizando a sociedade, aproximar-se do ideal da felicidade universal.
Nietzsche se opunha também a outra tendência de sua época, que consistia em valorizar uma forma de intelectualidade erudita, burocrática e estéril que, em nome de uma pretensa neutralidade científica, se mantinha numa posição de distância em relação aos interesses concretos de um povo, às necessidades e urgências da vida.” (1)

Nadando contra a corrente em todos os setores, vai buscar na Grécia pré-socrática o élan de que precisa, a fim de propor um ressurgimento do espírito trágico na Europa. Visa algo que destroce o cientificismo otimista de então e restaure a vida, incrementando-lhe uma coragem altiva diante das agruras da existência humana no mundo. Afinal, se Schopenhauer “tivesse razão”, onde estaria reservado o lugar das ilusões consoladoras de que a humanidade se pode valer? Este é o tema capital que o jovem Nietzsche vai empreender, resultando daí o seu apreço pelos gregos do período trágico. Exemplos de força e beleza, observou neles a capacidade de (sem precisão de alegações moralistas) transformar doença em saúde. Dizendo de outra forma, “os gregos souberam, exemplarmente, dominar o caos de seus impulsos, atingindo um domínio de si que lhes permitia transfigurar em beleza os horrores da existência” (2). Há, no entanto, que se resgatar esta valiosa lição suscitada pela tragédia grega.

Mas eis que entra em cena a figura de Sócrates... Confrontado com a tradição Ática, o ateniense, segundo Nietzsche, não passa de uma figura macambúzia - “Sócrates era afinal de contas um grego?” (3) - , ou seja, ele supervalorizava o pensamento lógico e a dialética: “O tipo de homem teórico, encarnado por Sócrates, acredita ser possível, mediante o princípio de causalidade, desvendar os segredos mais abissais da realidade - não somente conhecê-los, mas também corrigi-los. O otimismo teórico considera a ciência um remédio universal, que cura a ferida eterna do existir, e identifica no erro e na ignorância a fonte de todo mal.” (4)

Quer dizer: diante do “iluminismo” socrático, envolvendo a pretensão de uma verdade absoluta de suas conclusões, sua aversão ao mito e à arte (tidos como “ilusão” e “desconhecimento”) e, por conseguinte, o enfraquecimento dos instintos impulsivo-afirmadores da vida, Nietzsche não admite se render às “melhorias” da eleição do racional em detrimento do trágico, e dispara:

“Se se tem necessidade de fazer da razão um tirano, como Sócrates o fez, então o risco de que outra coisa faça-se tirano não deve ser irrisório. A racionalidade foi outrora desvendada como Salvadora; nem Sócrates, nem seus “doentes” estavam livres para serem racionais. Ser racional foi de rigueur, foi o seu último remédio. O fanatismo, com o qual toda reflexão grega se lança para a racionalidade, trai uma situação desesperadora. Estava-se em risco, só se tinha uma escolha: ou perecer, ou ser absurdamente racional... O moralismo dos filósofos gregos desde Platão está condicionado patologicamente; do mesmo modo que sua avaliação da dialética.” (5)

Com efeito, Nietzsche teve um profundo sentimento de que, com a aniquilação dos instintos pela razão a qualquer custo, a humanidade se equivocou e que, com o passar dos tempos, tomou, cada vez mais intensamente, o caminho inverso de um desenrolar-se natural e salutar. Quer dizer: cabe ao gênio humano regenerar toda a herança socrática que, segundo Nietzsche, é uma espécie de produto híbrido de uma civilização corrompida. Em outras palavras, trata-se de recuperar, de tornar a gerar uma vida mais entusiasticamente artística, mais naturalmente trágica. Vejamos o que diz o próprio filósofo:

“A Sócrates, porém, parecia que a arte trágica nunca “diz a verdade”: sem considerar o fato de que se dirigia àquele que “não tem muito entendimento”, portanto não aos filósofos: daí um duplo motivo para manter-se afastado. Como Platão, ele a incluía nas artes aduladoras, que não representam o útil, mas apenas o agradável, e por isso exigia de seus discípulos a abstinência e o rigoroso afastamento de tais atrações, tão pouco filosóficas; e o fez com tanto êxito que o jovem poeta trágico chamado Platão queimou, antes de tudo, os seus poemas a fim de poder tornar-se discípulo de Sócrates.” (6)

Ou seja, é preciso tornar a fundir mito e música e recuperar a tonalidade solar da vida que foi esmaecida por “aquele” produto artificial e híbrido (o socratismo e suas convenções). Para tanto, é necessário trazer à tona um “novo teatro”. Igualmente imprescindível é absorver, no seu âmago mais profundo, toda uma capacidade de conversão: uma vez herdada a dor, é por meio dela e através dela que deverá advir o resgate de todo poder de transmutação. Trata-se, é verdade, de assimilar o passado, mas não se pode deixar de lhe acrescentar uma coragem nova e inovadora, de traduzir os seus rudes nãos em alegres sins,
“reconhecer nesse Irracional, nas dores da criação e no imoralismo mesmo da vida, as únicas condições que permitirão à humanidade realizar valores novos, superiores a todos aqueles que o otimismo racionalista tinha podido até então conceber, - neste sentido, se orientou, desde o início, o pensamento de Nietzsche.” (7)

É sob essa atmosfera que o autor de O nascimento da tragédia irá enxergar a urgência do ditirambo trágico, da embriaguez dionisíaca. Daí seu ato de rebeldia contra o marasmo doentio legado pelo socratismo. Daí sua sede por uma filosofia e um filósofo novos, superadores desse “testamento”, vitoriosos desse “pessimismo” e portadores de valores novos, “em quem se encarnasse o mito da humanidade de amanhã.” (8)

É convidativo trazer mais uma vez o filósofo à baila para desferir, a sangue frio, golpes contra a “emboscada” socrática:

“Mas Sócrates desvendou ainda mais. Ele olhou por detrás de seus atenienses nobres; ele compreendeu que seu caso, a idiossincrasia de seu caso, já não era nenhuma exceção. O mesmo tipo de degenerescência já se preparava em silêncio por toda parte. A velha Atenas caminhava para o fim. - E Sócrates entendeu que todo o mundo tinha necessidade dele: de sua mediação, de sua cura, de seu artifício pessoal de autoconservação... Por toda parte os instintos estavam em anarquia; por toda parte estava-se cinco passos além do excesso; o “monstrum in animo” era o perigo universal. “Os impulsos querem fazer-se tiranos; precisa-se descobrir um antitirano, que seja mais forte”... Quando aquele fisionomista revelou a Sócrates quem ele era, uma caverna para todos os piores desejos, o grande irônico ainda deixou escapar uma palavra, que deu a chave para compreendê-lo. “Isto é verdade, disse ele, mas me tornei senhor sobre todos estes desejos”. Como Sócrates se assenhorou de si mesmo? - No fundo o seu caso foi apenas o caso extremo - apenas o caso mais distintivo disto que outrora começou a se tornar indigência universal: o fato de ninguém mais se assenhorar de si, de os instintos se arremeterem uns contra os outros. Ele fascinou como este caso extremo - sua feiúra apavorante o comunicava a todos os olhares...” (9)

Como podemos ver, ao contrário de um “positivismo racionalista”, a filosofia nietzschiana recusa qualquer rendição ao cansaço promovido pelo intelectualismo, ama as aventuras e as dificuldades de uma vida perigosa, além de enojar-se diante de qualquer tipo excessivo de objetividade. Nesse sentido, não é a embriaguez dionisíaca seu ímpeto axial?, reconciliação entre homem e natureza, corpo e alma, físico e metafísico, bem e mal? Além do mais, o anseio de criar padrões, “de preparar cérebros ou de moralizar consciências, a grande ilusão da moral socrática consistiu nessa maiêutica que não quer partejar senão cérebros” (10) - “Ó Sócrates, Sócrates, foi este porventura o teu segredo?, ironista misterioso, foi esta, porventura, a tua - ironia?” (11).

Dessa forma, Nietzsche vê no dínamo dionisíaco o martelo (12) espatifador de toda e qualquer onipotência do conhecimento científico, algo revitalizador no tocante a todas as categorias lógicas ligadas à “essência”, à “identidade”. Afinal, “o essencial em nossa existência permanece envolto num mistério impenetrável a qualquer explicação racional”. (13)

Isso posto, não nos parece precipitado destacar que a arte dionisíaca soa para Nietzsche como uma implacável fonte de alegria e inspiração permanentes, capaz de tudo embaralhar, de celebrar o acaso e a multiplicidade. Sua aposta se faz valer exatamente aí, na exuberância do mito trágico, no acolhimento do estranho, do desconhecido, na alegria da saúde integral, na dor transmutada em riso, na doença espiritual convertida em excesso de vitalidade.

Assim, nada melhor do que o filósofo, por si mesmo, autodenominar-se discípulo de Dionísio e, em especial, apontar a vertente dionisíaca com o qual se identifica, pela qual sente maior atração:
“O que significa, justamente entre os gregos da melhor época, da mais forte, da mais valorosa, o mito trágico? E o descomunal fenômeno do dionisíaco? O que significa, dele nascida, a tragédia? (14)
“O que é dionisíaco?” (15) Sim, o que é dionisíaco? - Neste livro há uma resposta a essa pergunta - um “sabedor” fala aqui, o iniciado e discípulo de seu deus. (...) Uma questão fundamental é a relação dos gregos com a dor, seu grau de sensibilidade - esta relação permaneceu igual ou se inverteu? -, aquela questão de se realmente o seu cada vez mais forte anseio de beleza, de festas, de divertimentos, de novos cultos brotou da carência, da privação, da melancolia, da dor.” (16)

Isto é: leitor arguto dos antigos helenos, sobretudo dos poetas da época arcaica, Nietzsche acreditava, tal como o disse Heráclito, que “o sol não apenas é novo a cada dia, mas sempre novo, continuamente.” (17)

*Professor Assistente do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais


NOTAS
1. Cf. GIACOIA JR., Oswaldo. Nietzsche. SP: Publifolha, 2000. pp. 31-32.
2. Idem, p. 33.
3. Cf. NIETZSCHE, Crepúsculo dos Ídolos, ou, Como filosofar com o martelo; § 3, p. 19. Trad. Marco Antonio Casa Nova. RJ: Relume Dumará, 2000. Doravante, quando nos referirmos a esta obra, utilizaremos a abreviatura CI.
4. GIACOIA JR., Oswaldo. op. cit. p. 35.
5. Cf. CI, § 10, p. 22.
6. Cf. NIETZSCHE, O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo; § 14, pp. 87-88.Trad., notas e posfácio J. Guinsburg. SP: Cia. das Letras, 1992. Doravante, quando nos referirmos a esta obra, utilizaremos a abreviatura NT.
7. Cf. SPENLÉ, Jean-Edouard. O pensamento alemão. Trad. João Cunha Andrade. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1945. p. 148.
8. Idem, p. 149.
9. Cf. CI, § 9, pp. 21-22.
10. SPENLÉ, Jean-Edouard. op. cit., p. 162.
11. Cf. NT, § 1, p. 14.
12. Vale sublinhar aqui o título completo de CI: Crepúsculo dos Ídolos, ou, Como filosofar com o martelo (grifo nosso).
13. GIACOIA JR., op. cit., p. 36.
14. Cf. NT, § 1, p. 14.
15. Idem, § 3, p. 16.
16. Ibidem, § 4, pág. 17.
17. Cf. vol. Os pré-socráticos (Coleção “Os Pensadores”). SP: Nova Cultural, 1996. p. 88 (Aristóteles, Meteorologia, II, 2. 355 a 13).

Fonte: MORPHEUS - Revista Eletrônica em Ciências Humanas - Conhecimento e Sociedade. Publicação on-line semestral - ISSN 1676-2924.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mercosul, Venezuela e luta de classes

Extraído de: Partido Comunista Brasileiro  - 16 de Agosto de 2012
(Nota Política do PCB)

A recente entrada da Venezuela no Mercosul -pedida, oficialmente, ainda em 2006, por aquele país -além de alterar profundamente a estrutura, o funcionamento e o potencial econômico do bloco, pode representar uma virada nas relações políticas e econômicas entre os países da América Latina e tem repercussões diretas na luta de classes.

O Mercosul foi criado, em 1991, com a assinatura do "Tratado de Assunção". O Tratado foi assinado sob a influência da herança de governos ditatoriais recém findos nos países signatários e seu "entulho" autoritário, que incluía acordos assinados e não assinados que favoreceram a repressão e beneficiaram segmentos das respectivas burguesias, como no caso das terras de brasileiros no Paraguai. A criação do Mercosul se deu no início de uma década de fortíssima hegemonia neoliberal, refletindo, assim, as políticas de governo então predominantes.

Foi criado um mercado comum, para bens e serviços e, naquele ano, o comércio do Brasil com os demais membros do bloco alcançou a cifra de 4,5 bilhões de dólares, tendo atingido, em 2010, a casa de 39,2 bilhões (com superávit de 6 bilhões para o Brasil). O bloco mantém, ainda, como Estados Associados, desde 2004 -com direito a algumas regalias -o Chile, o Peru, a Bolívia, a Colômbia, o Equador e a Venezuela, esta agora como membro pleno.

Com a exceção de Brasil e Argentina, que apresentam alguma complementariedade nas estruturas produtivas e são de porte relativamente próximo -o PIB da Argentina equivale a pouco mais de 1/3 do PIB brasileiro -, as desproporções econômicas e sociais entre estes dois países, Uruguai e Paraguai são imensas. Some-se a este fator a falta de tradição em planejamento -interno e internacional -, nos planos econômico e social, as grandes diferenças nas leis, outras dificuldades e a história recente de grande instabilidade política no Paraguai.

Ganharam, com o Mercosul, as grandes empresas, que puderam especializar suas linhas de produção e ampliaram seus mercados e que puderam, no caso dos grupos brasileiros e argentinos, pagar salários aviltados com a entrada de muitos imigrantes uruguaios e paraguaios (e dos demais países vizinhos), obtendo, assim, maior exploração da força de trabalho. Ganhou a burguesia, cujos interesses estavam representados nos respectivos governos.

Por outro lado, com o tempo, houve um certo amadurecimento nas relações entre os membros do bloco, consolidou-se o Conselho do Mercado Comum, seu órgão superior, e outras instâncias administrativas. Muitas dificuldades foram superadas. Pode-se afirmar que a existência do Mercosul fortaleceu os países membros no campo da política internacional e, de certa forma, reduziu a vulnerabilidade das economias da região à crise e às oscilações das economias mais fortes do sistema, como a européia e a norteamericana.
A entrada da Venezuela, como declarou, recentemente, o presidente Mujica, do Uruguai, não se deu por motivações de governantes, mas sim por razões de Estado, em que pesem as diferenças significativas nas visões políticas presentes nos atuais governos. O Mercosul forma agora um bloco de quase 270 milhões de habitantes, com um PIB conjunto de cerca de 2,8 trilhões de dólares, capaz de enfrentar, em melhores condições, como um pólo econômico e político mais forte, as disputas políticas no plano internacional e as dificuldades do mercado mundial.

É certo que o Mercosul segue existindo como uma forma de organização da exploração capitalista e que, na condução do bloco, predominam os interesses dos grandes grupos econômicos capitalistas, em especial os interesses das grandes empresas brasileiras, de diversos setores, incluindo desde as grandes construtoras, a indústria de bens de consumo duráveis e muitos outros. É certo que esta tenha sido a principal motivação do Brasil e seu governo social-liberal para apoiar a entrada da Venezuela, além do reforço das pretensões hegemonistas brasileiras na região.

Mas, ao mesmo tempo, abre-se o espaço para o combate aos golpes de Estado, amplia-se o leque de possibilidades para que governos progressistas, como os da Venezuela, Bolívia e do Equador, possam também se fortalecer para enfrentar as ameaças de boicotes econômicos, intervenções e agressões armadas que caracterizam a política dos EUA para a América Latina. Estando no Mercosul, a Venezuela não mais dependerá comercialmente da Colômbia, um estado terrorista, o maior aliado do imperialismo norte-americano na América do Sul.

A hora é de propor a entrada do Brasil na ALBA, para, fortalecendo-se esta iniciativa, sejam reforçados seus aspectos antiimperialistas e sejam criadas as condições para uma integração soberana de todos os países latinoamericanos, rompendo de vez com o isolamento imposto a Cuba pelos Estados Unidos e apontando para a sua transformação num grande bloco comum latinoamericano. O momento exige a proposição de bandeiras de luta comuns aos trabalhadores de todos os países da região, exige o acirramento da disputa pela hegemonia ideológica e política no plano continental, apontando para a superação do capitalismo.

PCB -Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional